TI VERDE

O tema meio ambiente nunca foi tão discutido como nos dias atuais. Fatos como o aquecimento global, a crise energética, o uso indevido da água, a poluição, o consumo exacerbado, entre outros, vem estimulando várias áreas à preocupação pela busca de soluções e métodos de preservação para manter o mundo mais “verde”.
Sendo uma das áreas que mais degradam o meio ambiente por produzir muitos equipamentos que, na maioria das vezes, tornam-se descartáveis em pouca fração de tempo, a Tecnologia da Informação (TI) adotou um termo novo no mercado, a TI VERDE. A TI VERDE pode ser entendida como um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

TI também começa a ficar verde

Um tema que começa a chamar atenção é o consumo de energia nos data centers. Antes relegada a segundo ou terceiros planos, uma série de estudos mostrando uma situação no mínimo preocupante, está colocando o tema na tela do radar dos CIOs. É verdade que ainda está no cantinho, mas em breve deverá se deslocar para o centro da tela.

Um recente estudo (fevereiro de 2007) produzido pelo Lawrence Berkeley National Laboratory mostrou que à medida que os servidores tornamse mais poderosos, demandam mais energia e que este consumo já representa cerca de 1,2% de todo o consumo de eletricidade dos EUA.

O Gartner Group cita que em 2010, cerca de metade das empresas listadas na relação Forbes 2000 estarão gastando mais dinheiro com energia que com os seus computadores. O gasto com energia, segundo o Gartner, que corresponde hoje em média a 10% dos orçamentos de TI, chegarão a 50% em alguns anos. Outro estudo, este de uma empresa de energia americana, a Pacific Gas & Electric (PG&E) diz que os data centers demandam 50 vezes mais energia por metro quadrado que um escritório.

O Gartner vai além e diz que, em média, de 30% a 60% da energia demandada em um data
center é desperdiçada. E lembra que TI está hoje como a indústria automotiva estava há 20 anos: começando a ser pressionada por maior eficiência energética.

Diante deste quadro os analistas começam a chamar atenção para o gasto com energia (dos servidores e dos equipamentos de refrigeração) e dizem que em breve os CFOs estarão bem mais preocupados com o assunto e consequentemente os CIOs serão pressionados para tomar medidas efetivas para reduzir este gasto. Alguns países estão começando a estudar legislações que visem incentivar e em alguns casos mesmo a obrigar os data centers a serem mais eficientes em consumo de energia.

O que pode ser feito? Bem, o primeiro passo é aproveitar melhor os servidores já instalados. De maneira geral com o paradigma do modelo distribuído, que muitas vezes chegou ao excesso de termos uma aplicação por servidor, o uso médio de uma máquina destas situa-se apenas em torno dos 5% a 15%! O IDC estima que o excesso de capacidade instalada na base mundial de servidores equivale a um valor de 140 bilhões de dólares. O IDC também calcula que globalmente, as empresas estarão gastando cerca de 29 bilhões de dólares com energia relacionada com TI e que este gasto deve aumentar a uma taxa de pelo menos 54% ao ano. Por que este valor tão alto? Basta imaginar que o IDC estima que haverá cerca de 35 milhões de servidores em 2009... E não estamos contando com o impacto da emissão de gases efeito estufa no aquecimento global.

Entre as tecnologias que vão ganhar muito impulso neste contexto citamos virtualização, consolidação de servidores e data centers, e blades. Também a discussão thin clients versus Full PCs começará a ter outro apelo. Uma máquina thin client é bem mais eficiente no consumo de energia e muitas vezes pode substituir PCs com vantagens. Multiplicando esta eficiência por 2 mil ou 5 mil máquinas tem-se aí um belo número.

acessado em 29/10/2009

TI verde: 5 dicas para tornar sua empresa sustentável

Todos profissionais precisam aprender e compreender a sustentabilidade de Ti. Alguns líderes de TI identificou cinco conjuntos de ações bastante valiosas, que podem ajudar as empresas a torná-las mais sustentáveis. Confira abaixo:

1. Crie ambientes que tornem viável para projetos com foco em sustentabilidade

Os profissionais de TI vão ter que pensar em como suas decisões causam impacto no projeto de sustentabilidade e, conseqüentemente, na forma em que as instalações da empresa afetam a infra-estruturar tecnológica.

“O impacto é grande nos tipos de dispostivios usados, no local onde as pessoas serão alocadas, assim como nos espaços de trabalho que são desenhados, entre outras questões”, explica Gammon. O departamento de tecnologia também precisa entender melhor a infra-estrutura complexas usadas para a manutenção de prédios inteligentes.

De acordo com Nesler, os técnicos de TI devem entender as métricas e os sistemas de monitoramento que estão por trás dos edifícios sustentáveis e entender, com clareza, que eles possuem requisitos diferentes de outros sistemas relacionados aos computadores. “Você não pode resetar um ar condicionado da mesma forma que faz com um servidor", diz. "Há questões de segurança e de saúde ligadas ao uso do equipamento. Se o profissional olhar somente para o console de sistema, pode levar em consideração todas essas variáveis".

2. Mantenha regras que controlem as emissões de carbono

A TI passar a ter, também, a responsabilidade de cortar as emissões de carbono da empresa, mesmo aquelas que precisam manter uma rede de logística vasta. Assim, alguém da área de tecnologia deve entender de carbono e saber mensurá-lo nos produtos e processos por toda a companhia, diz Adrian Bowles, da Datamonitor. Assim, a área de TI terá de colaborar com outras unidades de negócios para calcular, capturar e reportar todas as atividades de compra e saídas feitas por diversos departamentos. Ou seja, dentro do próprio departamento de tecnologia, por exemplo, pode-se avaliar quanto o desenvolvimento de uma aplicação vai emitir de carbono com a energia gasta com hardware em testes. Todas as unidades possuem suas próprias questões do gênero. “Assim, o profissional de TI precisará entender a economia e as implicações do gerenciamento de carbono: o que é monitorado hoje, o que deveria ser monitorado e quais serão as demandas do futuro que também precisarão ser observadas", explica Bowles. "Não dá para gerenciar o que não se consegue medir".

3. Procure se adequar às regulamentações ligadas ao meio-ambiente

Os líderes de tecnologia estão se deparando com leis e regulações que impactam tudo o que a TI produz, compra, descarta e emite de carbono. No Brasil, as iniciativas existem, mas ainda são incipientes. A regulamentação que existe no mundo é um excelente parâmetro, sobretudo pelo seu rigor, embora sejam realistas quando à possibilidade de se adotar uma postura mais verde e sustentável, sem impacto nos negócios.

4. Adote políticas de gerenciamento de energia

Os profissionais da área de TI devem desenvolver um melhor entendimento sobre a necessidade de energia de toda a organização e como as pessoas se relacionam com os dispositivos elétricos, diz o diretor de marketing e ecotecnologia da Intel, John Skinner.

Os empresários reconhecem que a maior parte das companhias já possui pessoal específico para cuidar da conta de energia, mas acredita que os profissionais de TI é que deverão se envolver com a área e em tecnologias que começam a despontar, como a virtualização. Além de desenvolver sistemas de monitoramento, criar data centers eficientes, pensar na tendência das redes inteligentes de energia elétrica e em seus requisitos, os profissionais também devem lidar com uma situação em que a alimentação não é suficiente para atender às necessidades da empresa em determinados locais. “A menor disponibilidade de energia também é algo que exigirá grandes esforços dos profissionais", afirma o analista sênior da Datamonitor, Vuk Trifkovic.

5. Reconstrua as habilidades já existentes

Análises de negócios: as empresas terão de incluir em suas soluções de análises de negócios módulos que direcionem projetos verdes. Para fazer isso, elas terão de determinar o que deve ser analisado e como apresentar os resultados e informações.
Gerenciamento de mudanças: mudar significa deixar o que já está definido para ações como, desligar monitores ao deixar o posto de trabalho, abandonar o scanner que fica sob a mesa, entre outras questões. É necessário entender como influenciar as pessoas para comprar a idéia da sustentabilidade.

Telecomunicações: os departamentos de TI imploram por especialistas na área, segundo Bammons. As iniciativas verdes também devem incluir redução de viagens, o que se traduz na necessidade de soluções avançadas de comunicações. A implantação de infra-estrutura para possibilitar o trabalho remoto também conta muitos pontos.

Gerenciamento de ativos: as empresas começaram a analisar produtos com critérios verdes. Com isso, os líderes de TI precisam considerar novos fatores ao calcular o custo total de propriedade de seus ativos. Eles terão de considerar a quantidade de gases tóxicos que o ativo produz, além da eletricidade que consomem e o custo para realizar um descarte ecologicamente correto no final do ciclo de vida.

Desenvolvido por Computerworld/EUA
05 de outubro de 2009 - 07h00
http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/10/04/ti-verde-5-dicas-para-manter-sua-empresa-sustentavel/

Sustentabilidade em TI: indo além da “TI Verde”

O conceito de sustentabilidade (ou desenvolvimento sustentável) surgiu em 1987, a partir de uma manifestação crítica da ONU sobre o rumo predatório do modelo de desenvolvimento econômico, principalmente nos países desenvolvidos. Assim, entende-se por desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.

Atualmente este conceito vem sendo fortemente associado à preservação do meio ambiente, que por si só não traduz sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável se dá em três aspectos: econômico, social e ambiental, crescendo à medida que a interseção destes aumenta.

Em outro eixo, temos a área de TI – Tecnologia da Informação. A TI hoje impulsiona e suporta o desenvolvimento mundial, provendo informação e conhecimento para o crescimento das organizações. Influenciado por isto, existe uma demanda constante de mão-de-obra, onde sobram ofertas de emprego e faltam profissionais com qualificação ou capacidade de “aprendizado digital”. Esta aceleração é alimentada pela alta competitividade das empresas de ponta e seus investimentos em inovação.

Comumente, todo este processo consome recursos naturais, estrangula a capacidade intelectual dos profissionais e gera grande volume de recursos obsoletos.

Em TI, a sustentabilidade deveria estar na pauta diária dos CIO’s. Ainda há uma maioria significativa que possui entendimento simplista do tema, associando-o a um requisito de redução de energia e de impactos ambientais (com descarte de itens eletrônicos nocivos ao meio ambiente) – a chamada TI Verde.

No próprio aspecto ambiental, são avaliados meios para o descarte adequado, reduzindo a contaminação pela decomposição de metais (principalmente chumbo e cobre). Também buscam a substituição de periféricos por outros de mesmo potencial, mas com menor consumo de energia e menor emissão de gases poluentes.

Uma solução mais completa e eficiente deveria levar em consideração o uso de soluções como Cloud Computing, Thin Client, Leasing Back, SaaS e Outsourcing (de pessoas e/ou processos), resultando em menos hardware próprio, menos processamento e menos consumo de energia – sem perda de qualidade ou capacidade no atendimento dos níveis de serviço estabelecidos. Estas ações trazem resultados diretos no aspecto econômico. Além dos ganhos com a redução do consumo de energia, isto também promove ganhos consideráveis sobre o TCO – Total Cost of Ownership. O TCO é um cálculo que contempla todos os custos envolvidos ao longo do ciclo de vida de uma solução de TI, incluindo: custos do hardware e das licenças de software, amortização, manutenção, upgrades, suporte técnico, tempo ocioso por falhas (downtime), segurança (vírus, denial of service, back-up, restaurações, etc.), treinamento, administração, tempo de operação. Estes ganhos se traduzem em ecoeficiência.

Cada vez mais, percebe-se a importância das pessoas nas empresas, principalmente em TI onde pesa o capital intelectual. Sob o equilíbrio da sustentabilidade, o aspecto social não tem recebido igual atenção – salvo quando diretamente ligado à questão econômica, alimentando os princípios do modelo criticado pela ONU. Um exemplo disto é o outsourcing “não-estruturado”, conhecido como body shopping, onde os profissionais são contratados e são “largados” junto aos clientes, órfãos dos propósitos e princípios da sua contratante e com a responsabilidade de uma atuação individualista sob a ótica da organização. Em alguns casos nem mesmo as leis trabalhistas são respeitadas.

Mais do que capacitar ou incluir no meio digital, a responsabilidade social em TI está ligada a um propósito mais humanístico, capaz de promover o indivíduo em seu desenvolvimento físico, mental, emocional e espiritual, respeitando suas relações e as condições culturais e políticas envolvidas.

Se o conceito de sustentabilidade é um caminho racional também para a área de TI, a pergunta que fica é: por que ainda não está sendo amplamente aplicado? Não há uma resposta exata, mas pode-se elencar algumas possíveis:
• Resistência a mudanças;
• Falta de planejamento (estratégico) para TI e visão sistêmica;
• Prioridade na solução dos problemas e não nas causas;
• Ausência de uma cultura voltada para a excelência;
• Adequação superficial às inovações.

Não faltam motivos para explicar a atual “insustentabilidade” da TI por parte de inúmeras organizações, o que não justifica ser conivente com isto. É necessário ter sabedoria para usufruir dos mecanismos existentes e coragem para agir, com liderança, constância de propósitos e senso de urgência.

A sustentabilidade em TI representa a capacidade da empresa em gerir seus ativos tecnológicos de forma eficiente, mantendo o equilíbrio com a sociedade e o meio ambiente e isto está muito além de frases prontas e ganhos publicitários: está diretamente ligado à relevância da TI (a tecnologia e a informação) à visão de futuro das organizações envolvidas.

Um novo e seleto grupo de empresas se forma: são empresas que planejam seus objetivos além dos aspectos econômico-financeiros, tendo o desenvolvimento sustentável como alicerce. Elas exprimem o real sentido de sua existência e empregam energia para disseminar estas diretivas por todas as áreas da corporação.



Alex Prado
Formado em Engenharia de Software, pós-graduado em Gestão e TI e MBA em Gestão Empresarial pela FGV.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/sustentabilidade_em_ti/26614/

TI verde é bom, mas vamos mais fundo um pouco?

30 de março de 2009, 16:38
As iniciativas que estão aí estão longe de resolver o problema. A geração de lixo será realmente menor quando os computadores pessoais durarem muito mais, sem perda de performance.
Por André Vilela
As empresas de Tecnologia da Informação (TI) aderiram ao movimento da TI Verde. Há agora incontáveis referências ao tema em seminários, na web e nas revistas. É particularmente importante ver o segmento adotar a bandeira do ecologicamente correto. Não sei se já existe uma definição acadêmica do que é “ser verde”, entretanto, é preocupante a simplificação e a carona “marketeira” em torno do tema.
O lado bom da TI Verde é a provocação do tema e o reforço na mente das pessoas da consciência ecológica. O fato é que, por conta da vontade de “ser verde”, as empresas passaram a fabricar equipamentos sem ou com pouco uso de componentes ou substâncias de teor poluente, que consomem menos energia elétrica, com melhor eficiência de refrigeração - particularmente em servidores -, envoltos em embalagens de material reciclado, e por aí vai.
Porém, hastear a bandeira “verde” requer iniciativas e esforço de pesquisa, e reinvenção. É olhar para a eficiência, afinal até então o caminho mais curto era o da facilidade e o de menor custo.
Mas tem um fator que realmente incomoda nesta história de reciclagem: é a banalização do desperdício. Consumir produzindo material reciclável é menos ruim, mas não o adequado. O ideal deveria ser não desperdiçar. Reciclar tem “despesa ecológica”: gasta água, gera CO2 e talvez até metais pesados.
O que é melhor: reciclar ou usar por mais tempo? Qual o impacto se for estendida a vida útil por mais um ou dois anos de um equipamento?
Observando a indústria dos computadores pessoais, os PCs, nota-se um crescimento em dois dígitos do volume de vendas. Estima-se que exista no Brasil um parque de 60 milhões e que, por ano, seja produzido um número superior a 12 milhões de novas unidades destes produtos. Tais computadores, segundo os padrões da indústria atual, devem durar até três anos.
Depois desse período, parte deles será reciclada, voltando, segundo algumas iniciativas mais atuais, às camadas menos favorecidas da população. Outra parte terá componentes introduzidos novamente na indústria através de reciclagem de materiais (plástico, metal etc.). E uma nada desprezível porção vai virar lixo definitivo e perigoso (metais pesados, pilhas etc.).
Veja que com isso se forma um enorme déficit ecológico. Mesmo para reciclar os materiais dos PCs, água terá sido usada, CO2 gerado e energia, consumida.
E se pudesse ser estendida a vida do PC por mais um, dois anos? E se pudessem ser eliminados centenas de quilos de matéria bruta na sua fabricação?
Talvez no Brasil estivéssemos retirando do lixo 10 milhões de PCs por ano e evitando a produção de outros 13 milhões. Como a sociedade deveria medir seu avanço digital: pelo número de PCs produzidos, ou pelo número de PCs utilizados?
As iniciativas que estão aí não são ruins, mas estão longe de resolver o problema. Ao executar qualquer ação de “alma verde”, as empresas de certo modo fazem a sua parte para a preservação do meio ambiente. Uma empresa de TI diz que é ecologicamente correta porque a fabricação de seus produtos é com plástico reciclável e livre de chumbo, quando o certo seria fazer produtos mais duráveis – para serem descartados em um tempo mais longo.
Virtualização
O pensamento socialmente correto é reinventar a fabricação. É a criação de uma indústria de TI com consciência de longo tempo.
Vejo com bons olhos o recente movimento de virtualização na indústria de PCs. Creio que, finalmente, direta ou indiretamente, o problema de geração de lixo esteja sendo equacionado com computadores pessoais passando a durar (sem perda de performance) por cinco ou mais anos por conta da implantação desse conceito de otimização do uso de sistemas.
Os impactos na indústria serão grandes e muitas empresas terão de se reinventar. Muitas vão reagir negativamente, tentar negar e manter o modelo da vida curta, gerador de vendas consecutivas, com alto custo ecológico, além, é claro, dos custos diretos de capital.
De carona, pense um pouco se você, na sua rotina do dia a dia, não está banalizando o consumo sob proteção do rótulo “reciclável”. Afinal, reciclar é apenas uma alternativa. O ideal é não usar. [Webinsider]

Disponivel em http://webinsider.uol.com.br/index.php/2009/03/30/ti-verde-e-bom-mas-vamos-mais-fundo-um-pouco/

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Resíduos: “É preciso inverter a pirâmide – reduzir a geração ”!

Se observarmos as diversas estatísticas, com relação à disposição dos resíduos sólidos, nos deparamos com uma situação alarmante, visto que 75% das cidades brasileiras dispõem seus resíduos sólidos em lixões. Esta situação trás diversos comprometimentos ao meio ambiente e à saúde da população. Podemos citar problemas como: surgimento de focos de vetores transmissores de doenças, mau cheiro, possíveis contaminação do solo e corpos d'água, além da inevitável destruição da paisagem urbana das cidades, principalmente. Como agravante, deve ser mencionada a presença de catadores nestes locais colocando em risco, não apenas a sua integridade física e de saúde, mas também submetendo-se à uma condição de marginalidade social e econômica, que muitas vezes se confunde com o próprio conceito de lixo, situação esta que deve ser repudiada e melhor administrada pelos governantes.

Diante destes fatos é fundamental que governo e sociedade assumam novas atitudes, visando gerenciar de modo mais adequado a grande quantidade e diversidade de resíduos que são produzidos diariamente nas empresas e residências. Portanto, é preciso inverter a pirâmide, o que significa colocar em prática a desejável política dos “3 Rs” (Reduzir, Reusar e Reciclar) e não continuar produzindo e gerando mais resíduos, deixando que “alguém”assuma a responsabilidade de tratar e dispor adequadamente. Para isso, é preciso modificar atitudes, por exemplo: usar o papel dos dois lados; imprimir somente o que é necessário; otimizar o tamanho do papel ao real espaço da mensagem ; usar embalagens recicláveis (papel ou papelão) ; adotar práticas de reciclagem e reuso, como levar sacolas para as compras em vez de sempre usar embalagens novas ; separar resíduos “sujos” de resíduos “limpos” que impedem ou dificultam a reciclagem ; utilizar frutas e legumes com cascas ou incorporá-las ao solo ; separar resíduos perigosos, como pilhas, lâmpadas, medicamentos, material de limpeza, tinta de cabelo e outros produtos químicos igualmente danosos ao meio ambiente e à saúde humana.

Todas estas práticas não só reduzirão o volume de resíduos gerados diariamente, mas também permitirão o exercício de reuso, culminando num melhor gerenciamento dos resíduos. São atitudes simples e viáveis que poderemos incorporar cada vez mais, a fim de proteger o ar, o solo e a água, trazendo como conseqüências melhorem condições de saúde humana, qualidade de vida e saúde ambiental.

Lauro Charlet Pereira1
Dr. em Planejamento Ambiental Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente - SP
Marta Regina Lopes Tocchetto2
Doutoranda. em Eng. de Metalúrgica e de Minas Prof. da Universidade Federal de Santa Maria - RS

Fonte:http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/artigos/residuos.html