O conceito de sustentabilidade (ou desenvolvimento sustentável) surgiu em 1987, a partir de uma manifestação crítica da ONU sobre o rumo predatório do modelo de desenvolvimento econômico, principalmente nos países desenvolvidos. Assim, entende-se por desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.
Atualmente este conceito vem sendo fortemente associado à preservação do meio ambiente, que por si só não traduz sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável se dá em três aspectos: econômico, social e ambiental, crescendo à medida que a interseção destes aumenta.
Em outro eixo, temos a área de TI – Tecnologia da Informação. A TI hoje impulsiona e suporta o desenvolvimento mundial, provendo informação e conhecimento para o crescimento das organizações. Influenciado por isto, existe uma demanda constante de mão-de-obra, onde sobram ofertas de emprego e faltam profissionais com qualificação ou capacidade de “aprendizado digital”. Esta aceleração é alimentada pela alta competitividade das empresas de ponta e seus investimentos em inovação.
Comumente, todo este processo consome recursos naturais, estrangula a capacidade intelectual dos profissionais e gera grande volume de recursos obsoletos.
Em TI, a sustentabilidade deveria estar na pauta diária dos CIO’s. Ainda há uma maioria significativa que possui entendimento simplista do tema, associando-o a um requisito de redução de energia e de impactos ambientais (com descarte de itens eletrônicos nocivos ao meio ambiente) – a chamada TI Verde.
No próprio aspecto ambiental, são avaliados meios para o descarte adequado, reduzindo a contaminação pela decomposição de metais (principalmente chumbo e cobre). Também buscam a substituição de periféricos por outros de mesmo potencial, mas com menor consumo de energia e menor emissão de gases poluentes.
Uma solução mais completa e eficiente deveria levar em consideração o uso de soluções como Cloud Computing, Thin Client, Leasing Back, SaaS e Outsourcing (de pessoas e/ou processos), resultando em menos hardware próprio, menos processamento e menos consumo de energia – sem perda de qualidade ou capacidade no atendimento dos níveis de serviço estabelecidos. Estas ações trazem resultados diretos no aspecto econômico. Além dos ganhos com a redução do consumo de energia, isto também promove ganhos consideráveis sobre o TCO – Total Cost of Ownership. O TCO é um cálculo que contempla todos os custos envolvidos ao longo do ciclo de vida de uma solução de TI, incluindo: custos do hardware e das licenças de software, amortização, manutenção, upgrades, suporte técnico, tempo ocioso por falhas (downtime), segurança (vírus, denial of service, back-up, restaurações, etc.), treinamento, administração, tempo de operação. Estes ganhos se traduzem em ecoeficiência.
Cada vez mais, percebe-se a importância das pessoas nas empresas, principalmente em TI onde pesa o capital intelectual. Sob o equilíbrio da sustentabilidade, o aspecto social não tem recebido igual atenção – salvo quando diretamente ligado à questão econômica, alimentando os princípios do modelo criticado pela ONU. Um exemplo disto é o outsourcing “não-estruturado”, conhecido como body shopping, onde os profissionais são contratados e são “largados” junto aos clientes, órfãos dos propósitos e princípios da sua contratante e com a responsabilidade de uma atuação individualista sob a ótica da organização. Em alguns casos nem mesmo as leis trabalhistas são respeitadas.
Mais do que capacitar ou incluir no meio digital, a responsabilidade social em TI está ligada a um propósito mais humanístico, capaz de promover o indivíduo em seu desenvolvimento físico, mental, emocional e espiritual, respeitando suas relações e as condições culturais e políticas envolvidas.
Se o conceito de sustentabilidade é um caminho racional também para a área de TI, a pergunta que fica é: por que ainda não está sendo amplamente aplicado? Não há uma resposta exata, mas pode-se elencar algumas possíveis:
• Resistência a mudanças;
• Falta de planejamento (estratégico) para TI e visão sistêmica;
• Prioridade na solução dos problemas e não nas causas;
• Ausência de uma cultura voltada para a excelência;
• Adequação superficial às inovações.
Não faltam motivos para explicar a atual “insustentabilidade” da TI por parte de inúmeras organizações, o que não justifica ser conivente com isto. É necessário ter sabedoria para usufruir dos mecanismos existentes e coragem para agir, com liderança, constância de propósitos e senso de urgência.
A sustentabilidade em TI representa a capacidade da empresa em gerir seus ativos tecnológicos de forma eficiente, mantendo o equilíbrio com a sociedade e o meio ambiente e isto está muito além de frases prontas e ganhos publicitários: está diretamente ligado à relevância da TI (a tecnologia e a informação) à visão de futuro das organizações envolvidas.
Um novo e seleto grupo de empresas se forma: são empresas que planejam seus objetivos além dos aspectos econômico-financeiros, tendo o desenvolvimento sustentável como alicerce. Elas exprimem o real sentido de sua existência e empregam energia para disseminar estas diretivas por todas as áreas da corporação.
Alex Prado
Formado em Engenharia de Software, pós-graduado em Gestão e TI e MBA em Gestão Empresarial pela FGV.
Atualmente este conceito vem sendo fortemente associado à preservação do meio ambiente, que por si só não traduz sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável se dá em três aspectos: econômico, social e ambiental, crescendo à medida que a interseção destes aumenta.
Em outro eixo, temos a área de TI – Tecnologia da Informação. A TI hoje impulsiona e suporta o desenvolvimento mundial, provendo informação e conhecimento para o crescimento das organizações. Influenciado por isto, existe uma demanda constante de mão-de-obra, onde sobram ofertas de emprego e faltam profissionais com qualificação ou capacidade de “aprendizado digital”. Esta aceleração é alimentada pela alta competitividade das empresas de ponta e seus investimentos em inovação.
Comumente, todo este processo consome recursos naturais, estrangula a capacidade intelectual dos profissionais e gera grande volume de recursos obsoletos.
Em TI, a sustentabilidade deveria estar na pauta diária dos CIO’s. Ainda há uma maioria significativa que possui entendimento simplista do tema, associando-o a um requisito de redução de energia e de impactos ambientais (com descarte de itens eletrônicos nocivos ao meio ambiente) – a chamada TI Verde.
No próprio aspecto ambiental, são avaliados meios para o descarte adequado, reduzindo a contaminação pela decomposição de metais (principalmente chumbo e cobre). Também buscam a substituição de periféricos por outros de mesmo potencial, mas com menor consumo de energia e menor emissão de gases poluentes.
Uma solução mais completa e eficiente deveria levar em consideração o uso de soluções como Cloud Computing, Thin Client, Leasing Back, SaaS e Outsourcing (de pessoas e/ou processos), resultando em menos hardware próprio, menos processamento e menos consumo de energia – sem perda de qualidade ou capacidade no atendimento dos níveis de serviço estabelecidos. Estas ações trazem resultados diretos no aspecto econômico. Além dos ganhos com a redução do consumo de energia, isto também promove ganhos consideráveis sobre o TCO – Total Cost of Ownership. O TCO é um cálculo que contempla todos os custos envolvidos ao longo do ciclo de vida de uma solução de TI, incluindo: custos do hardware e das licenças de software, amortização, manutenção, upgrades, suporte técnico, tempo ocioso por falhas (downtime), segurança (vírus, denial of service, back-up, restaurações, etc.), treinamento, administração, tempo de operação. Estes ganhos se traduzem em ecoeficiência.
Cada vez mais, percebe-se a importância das pessoas nas empresas, principalmente em TI onde pesa o capital intelectual. Sob o equilíbrio da sustentabilidade, o aspecto social não tem recebido igual atenção – salvo quando diretamente ligado à questão econômica, alimentando os princípios do modelo criticado pela ONU. Um exemplo disto é o outsourcing “não-estruturado”, conhecido como body shopping, onde os profissionais são contratados e são “largados” junto aos clientes, órfãos dos propósitos e princípios da sua contratante e com a responsabilidade de uma atuação individualista sob a ótica da organização. Em alguns casos nem mesmo as leis trabalhistas são respeitadas.
Mais do que capacitar ou incluir no meio digital, a responsabilidade social em TI está ligada a um propósito mais humanístico, capaz de promover o indivíduo em seu desenvolvimento físico, mental, emocional e espiritual, respeitando suas relações e as condições culturais e políticas envolvidas.
Se o conceito de sustentabilidade é um caminho racional também para a área de TI, a pergunta que fica é: por que ainda não está sendo amplamente aplicado? Não há uma resposta exata, mas pode-se elencar algumas possíveis:
• Resistência a mudanças;
• Falta de planejamento (estratégico) para TI e visão sistêmica;
• Prioridade na solução dos problemas e não nas causas;
• Ausência de uma cultura voltada para a excelência;
• Adequação superficial às inovações.
Não faltam motivos para explicar a atual “insustentabilidade” da TI por parte de inúmeras organizações, o que não justifica ser conivente com isto. É necessário ter sabedoria para usufruir dos mecanismos existentes e coragem para agir, com liderança, constância de propósitos e senso de urgência.
A sustentabilidade em TI representa a capacidade da empresa em gerir seus ativos tecnológicos de forma eficiente, mantendo o equilíbrio com a sociedade e o meio ambiente e isto está muito além de frases prontas e ganhos publicitários: está diretamente ligado à relevância da TI (a tecnologia e a informação) à visão de futuro das organizações envolvidas.
Um novo e seleto grupo de empresas se forma: são empresas que planejam seus objetivos além dos aspectos econômico-financeiros, tendo o desenvolvimento sustentável como alicerce. Elas exprimem o real sentido de sua existência e empregam energia para disseminar estas diretivas por todas as áreas da corporação.
Alex Prado
Formado em Engenharia de Software, pós-graduado em Gestão e TI e MBA em Gestão Empresarial pela FGV.
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/sustentabilidade_em_ti/26614/
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