TI VERDE

O tema meio ambiente nunca foi tão discutido como nos dias atuais. Fatos como o aquecimento global, a crise energética, o uso indevido da água, a poluição, o consumo exacerbado, entre outros, vem estimulando várias áreas à preocupação pela busca de soluções e métodos de preservação para manter o mundo mais “verde”.
Sendo uma das áreas que mais degradam o meio ambiente por produzir muitos equipamentos que, na maioria das vezes, tornam-se descartáveis em pouca fração de tempo, a Tecnologia da Informação (TI) adotou um termo novo no mercado, a TI VERDE. A TI VERDE pode ser entendida como um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

USP quer ser referência em TI verde

Por: Fabiana Monte, editora-assistente do Computerworld
Duzentos e vinte e nove cursos de graduação em 40 unidades e com 56 mil alunos. Na pós-graduação, são 30 programas e 22 mil discentes. Os números justificam o prestígio da Universidade de São Paulo (USP), responsável por 28% da produção científica brasileira, de acordo com dados da instituição, e por 10% de todos os programas de pós-graduação do Brasil.


Mas a universidade, que forma 2 mil doutores por ano, não parece satisfeita em ser referência apenas no mundo acadêmico. Quer mais, e está se posicionando firmemente no que diz respeito ao estabelecimento de políticas de TI Verde.

O primeiro passo foi dado em agosto 2007, com a criação de um comitê de sustentabilidade. Em dezembro, a universidade começou a se preocupar com o lixo eletrônico e, em 2008, estabeleceu uma parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) para criar um projeto focado no tema.

“Em junho daquele ano, fizemos uma campanha para todos os funcionários trazerem lixo eletrônico de casa, como CDs, monitores, celulares velhos. Recolhemos cinco toneladas em um dia”, relata Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP.

A expectativa era fazer um pregão reverso do entulho e reinvestir os fundos no próprio projeto. Sete empresas de reciclagem foram consultadas, mas o valor máximo conseguido foi 1,2 mil reais. A experiência provou à professora que o processo de reciclagem de lixo eletrônico é mais complexo do que se imagina à primeira vista. Para de fato fazer dinheiro com o lixo tecnológico, é preciso separá-lo por tipo de material e não por categoria de equipamento. Fazendo isso, é possível vender a sucata para empresas de reciclagem especializadas.

Além disso, selecionar o entulho por tipo de material garante um fim mais sustentável, evitando que ele seja descartado em lixões comuns. Tereza estima que, ao adotar esse modelo de separação, é possível multiplicar por dez o valor obtido com a venda dos resíduos. A universidade está em vias de criar uma seção no CCE para fazer este trabalho. Serão necessários 300m² de área para abrigar equipamentos como trituradeira, compactador e balança.

O desafio, agora, é achar a equação exata entre o investimento e o volume de lixo necessários mensalmente para pagar garantir o retorno esperado. “Calculamos que, para fechar a conta, precisaremos de 500 micros por mês. Não vou conseguir essa quantidade só na USP, então, queremos abrir para familiares de funcionários e também para a comunidade. A idéia é que o projeto esteja implantado até outubro”, diz Tereza.

O parque de micros da USP soma 40 mil computadores, com ciclo de vida entre quatro e cinco anos. Cerca de 10% do total é trocado anualmente. A substituição de todas as máquinas resultaria em uma economia anual de 900 mil reais ou de 70 mil reais ao mês na conta de energia elétrica da universidade, de acordo com cálculos do MIT.

Selo verde

Parte das máquinas cuja vida útil chegou ao fim foi substituída, no fim do ano passado, por desktops e laptops da Itautec com o “Selo Verde” criado pela USP em dezembro. Os computadores foram desenvolvidos com especificações que garantem menor consumo de energia e seu processo de produção exclui o uso de substâncias tóxicas, como chumbo.

Tereza conta que o "Selo Verde" vale exclusivamente para os computadores da Itautec utilizados na instituição e não para toda a linha de produtos da fabricante. A intenção da universidade é promover, no longo prazo, a troca de todo o parque de informática por produtos ecológicos, incluindo impressoras e equipamentos de rede. “Temos poucos produtos ‘verdes’ no mercado”, lamenta a diretora do CCE, lembrando que a falta de políticas públicas não incentiva os fabricantes a desenvolverem produtos ambientalmente sustentáveis.

Virtualização

Na área de software, há algumas opções de produtos de virtualização que auxiliam a diminuir a conta de energia elétrica e a consequente emissão de carbono para a atmosfera. Ainda no primeiro semestre, a USP planeja virtualizar 16 servidores de seu data center, onde ficam hospedadas as 80 mil contas de correio eletrônico da universidade, além de sistemas corporativos – de matrícula, por exemplo – e as páginas das unidades de ensino e de pesquisa.

“Imagino que, com a virtualização consigamos diminuir em 30% a energia consumida atualmente”, prevê Alberto Camilli, diretor da divisão técnica de operação de infraestrutura do CCE. O objetivo principal é simplificar o gerenciamento dos servidores, tornando o processo mais dinâmico e flexível.

O processo de seleção dos fornecedores será por meio de edital e o projeto deve envolver investimentos de aproximadamente 500 mil reais. “Esse investimento se paga em menos de um ano”, comemora o diretor.

Fonte: http://computerworld.uol.com.br/gestao/999/12/31/usp-quer-ser-referencia-em-ti-verde/

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