TI VERDE

O tema meio ambiente nunca foi tão discutido como nos dias atuais. Fatos como o aquecimento global, a crise energética, o uso indevido da água, a poluição, o consumo exacerbado, entre outros, vem estimulando várias áreas à preocupação pela busca de soluções e métodos de preservação para manter o mundo mais “verde”.
Sendo uma das áreas que mais degradam o meio ambiente por produzir muitos equipamentos que, na maioria das vezes, tornam-se descartáveis em pouca fração de tempo, a Tecnologia da Informação (TI) adotou um termo novo no mercado, a TI VERDE. A TI VERDE pode ser entendida como um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cop 15 aprova acordo difícil graças a um ardil diplomático

Um acordo negociado pelos ricos e emergentes do planeta para lutar contra a mudança climática e impugnada por um núcleo de países radicais foi obtido neste sábado após horas de tensos debates e graças a um ardil diplomático que permitiu superar os obstáculos que impediam a adoção de um texto de consenso. A Conferência da ONU sobre o Clima (COP15) optou por tomar nota do Acordo de Copenhague, conforme anunciou o presidente da sessão, no reinício de uma dramática interrupção matinal, desatando a ovação de uma grande parte dos presentes.


"O fato de 'tomar nota' dá um estatuto legal suficiente para que o acordo seja operacional sem a necessidade de uma aprovação por todas as partes”, explicou à AFP Alden Meyer, diretor da ONG americana Union of Concerned Scientists. "O acordo de Copenhague é uma etapa essencial para um futuro pacto”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. "Talvez não seja tudo que esperávamos, mas esta decisão da conferência das partes é uma etapa essencial”, declarou Ban à imprensa.


Este acordo, uma carta de intenções elaborada na véspera pelos chefes de Estado e de Governo de 30 países industrializados, emergentes e em desenvolvimento, foi apresentado durante a madrugada ante o plenário da conferência. A conferência da ONU varou a madrugada discutindo a proposta apresentada pelos Estados Unidos, União Europeia, China, Índia, África do Sul e Brasil.


O texto se chocou com a oposição de um núcleo radical de países, formado por Cuba, Venezuela, Bolívia e Sudão, que criticaram a insuficiência das medidas e a exclusão da maioria dos países do processo decisório. Isso ameaçava adoção do texto obrigatoriamente por consenso, depois de uma noite de duros debates. A solução chegou no início da manhã e nasceu sob a forma de uma declaração política sem o valor jurídico de um tratado propriamente dito. O documento relaciona um número mínimo de questões de forma vaga, como o reconhecimento da necessidade de limitar o aumento da temperatura média do planeta em 2º C em relação a se nível pré-industrial. A questão crucial da redução das emissões de gases de efeito-estufa a médio prazo (2020) será decidida em janeiro, segundo o texto.


Os objetivos a longo prazo (2050) não são sequer mencionados. Também reflete o compromisso dos Estados Unidos de conceder 3,6 bilhões de dólares aos países mais vulneráveis para que se adaptem aos impactos da mudança climática e a necessidade de mobilizar fundos em torno dos 100 bilhões de dólares anuais em 2020. As contribuições prometidas serão feitas em esquema de “fast-track”, para ajudar os países pobres a mudarem sua matriz energética poluidora e a se adaptarem às mudanças climáticas. O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar “informações nacionais” sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, através de “consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos”.


O acordo final costurado de última hora pelos líderes mundiais foi considerado o “pior da história”, segundo o delegado do Sudão, Lumumba Stanislas Dia-Ping, cujo país preside o G77, que reúne os 130 países em desenvolvimento. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no entanto, qualificou o compromisso de significativo, embora insuficiente. “Não é suficiente para combater a ameaça da mudança climática, mas é um primeiro passo importante”, declarou ele antes de deixar Copenhague.


Como Obama, muitos países admitiram que o conteúdo do texto alcançado é insuficiente, mas aceitaram o documento como uma forma de fazer avançar na negociações, tirando o processo do estancamento. "Um passo à frente é muito melhor do que um passo atrás”, afirmou o representante da Noruega.


Antes do anúncio do acordo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confessou sua frustração em relação às negociações e garantiu que o Brasil está disposto a fazer sacrifícios para financiar os países pobres. "Vou dizer isso com franqueza e em público, o que não disse ainda em meu próprio país, que sequer disse a minha equipe aqui, que não foi apresentado nem diante de meu Congresso. Se for necessário fazer mais sacrifícios, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar os outros países”. Lula condicionou a contribuição a um sucesso concreto em Copenhague: “Estamos dispostos a participar nos mecanismos financeiros se alcançarmos um acordo sobre uma proposta final nesta conferência”.


Disponível em: http://www.atarde.com.br/mundo/noticia.jsf?id=1316418

domingo, 13 de dezembro de 2009

Entenda a importância de um novo acordo sobre mudanças climáticas: Se emissão de gás-estufa continuar como está, temperatura sobe 3°C.

Em dezembro, representantes de 193 países estarão reunidos em Copenhague para tentar chegar a um novo acordo sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa.


Projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apontam que se as emissões continuarem a subir no ritmo atual e chegarem ao dobro do nível da época anterior à industrialização, haverá um aumento médio de temperatura de 3 graus centígrados neste século, o que pode causar sérios impactos.

De forma geral, o bem-estar da população e o crescimento econômico estão ameaçados se nada for empreendido. Estudo patrocinado pelas Nações Unidas publicado recentemente indica que as mudanças climáticas podem chegar a reduzir em até 19% o Produto Interno Bruto (PIB) dos países afetados por problemas climáticos em 2030. O mesmo relatório afirma que entre 40% e 68% das perdas econômicas previstas podem ser evitadas aplicando-se imediatamente as medidas de adaptação já existentes.

Contraditoriamente, é justamente a perspectiva de diminuir o crescimento econômico que tem causado relutância para que os países assumam metas de redução das emissões.

Países em desenvolvimento, liderados pela China e Índia, querem que as nações ricas cortem até 2020 suas emissões para pelo menos 40% a menos do que os níveis de 1990 - muito mais do que as reduções da lei proposta pela gestão Obama, atualmente em análise pelo Senado norte-americano, por exemplo.

O princípio vigente até agora (mas muito contestado) é que são os países desenvolvidos que devem diminuir suas emissões. Aos países em desenvolvimento, que têm menores condições de investimento, caberá cuidar para que suas emissões não aumentem.

Foram necessários oito anos para se negociar e ratificar o Protocolo de Kyoto, até o momento o único acordo internacional que limita as emissões, e cuja vigência acaba em 2012.

Quatro questões fundamentais precisam ser respondidas na Conferência de Copenhague:

• Quanto os países desenvolvidos podem emitir de gases causadores do efeito estufa a médio prazo - até 2020 e 2050?
• O que nações em desenvolvimento como, por exemplo, Brasil, Índia e China vão fazer para que suas emissões não aumentem?
• Quantos recursos os países desenvolvidos vão oferecer às nações pobres para ajudá-las a reduzir as emissões e apoiar programas para conter o impacto das mudanças climáticas?
• Como e por quais instituições esse financiamento bilionário será administrado?

As ações para resguardar as populações mais pobres dos efeitos das mudanças climáticas são um dos temas centrais da conferência porque elas são as mais gravemente afetadas e as mais vulneráveis.

O IPCC aponta, por exemplo, que até 2020 as colheitas de variedades que dependem do regime de chuvas podem ser reduzidas em até 50% na África.

Além disso, o desaparecimento do gelo em cordilheiras como os Andes (cujas águas correm em parte para a Amazônia), o Himalaia e o Hindu Kush pode deixar áreas em que vivem atualmente 1 bilhão de pessoas com abastecimento de água prejudicado.

Calcula-se que em 2008 20 milhões de pessoas migraram por causa de desastres ligados às mudanças climáticas. Cerca de 200 milhões de pessoas podem ser deslocados como resultado dos impactos climáticos em 2050.

Fonte: G1. Disponível em: http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1369022-17816,00-ENTENDA+A+IMPORTANCIA+DE+UM+NOVO+ACORDO+SOBRE+MUDANCAS+CLIMATICAS.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fim de Ano: Comemore com Consciência



Por Aleile


O fim de ano é sempre movimentado pelas confraternizações no trabalho, festas com amigos e família. É nesta época, também, que aumentamos nosso consumo em todos os sentidos. Portanto, esta é um período no qual devemos prestar atenção especial à conservação da natureza.

Veja abaixo dicas simples de como diminuir o impacto das festas de final de ano:


  • Evite papéis laminados e com purpurina, pois não podem ser reciclados;

  • Embrulhe os presentes em papéis simples e utilize o que sobrar para fazer suas próprias etiquetas de/para;

  • Envie cartões de Natal eletrônicos e previna o desperdício de papel;
  • Pegue sacolas plásticas apenas quando necessário. Se possível, prefira os sacos de papel;

  • Utilize ornamentos naturais na decoração de Natal como pinhos e fibras;

  • Recicle latas e garrafas vazias depois das festas, além das embalagens de seus presentes;

  • Compre lembranças de Natal certificadas. Os selos de certificação garantem que os artigos foram produzidos de acordo com todas as leis do país, tanto ambientais como trabalhistas. Para produtos madeireiros procure o selo FSC;

  • Na hora da ceia, atente para a carne que for comprar. Cerca de 70% das áreas desmatadas no Brasil viram pastos. Para garantir que a carne que você come não vem desses pastos, procure o selo certificação Orgânico – IBD;

Fonte: WWF Brasil
Disponível em: http://sustentabilidade.atarde.com.br/?p=135


domingo, 29 de novembro de 2009

Discutindo TI...

O tema meio ambiente nunca foi tão discutido pelas organizações. Movimentos como Protocolo de Kyoto, Eco-92, Rio+10 entre outros, fizeram com que a população despertasse para o cenário ambiental no qual estava inserida.


Sendo uma das áreas que mais degradam o meio ambiente por produzir muitos equipamentos que, na maioria das vezes, tornam-se descartáveis em pouca fração de tempo, a Tecnologia da Informação (TI) adotou um termo novo no mercado, a TI VERDE. A TI VERDE pode ser entendida como um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação.


Alguns acontecimentos como o aquecimento global, a crise energética, o uso indevido da água, a poluição, o consumo exacerbado entre outros, estimularam a sociedade a desenvolver práticas mais sustentáveis.

A partir dessas exigências as organizações vieram se remodelando para adaptar-se a essa nova realidade. No entanto, pesquisas mostram que muitas empresas não estão realmente preocupadas em serem ecologicamente corretas e sim, minimizar seus custos e alavancar a imagem da organização.


Apesar disso, a sociedade sai ganhando. No entanto, é necessário que cada um faça sua parte com simples atitudes cotidianas. Algumas medidas que podem minimizar os impactos ao meio ambiente são, por exemplo, o consumo consciente, uma vez que, o consumo desnecessário gera um grande volume de lixo que é lançado no meio ambiente, na maioria dos casos, sem nenhum tipo de tratamento. O lixo tecnológico, por sua vez, é um dos que mais poluem por possuir substâncias altamente tóxicas e por levarem muitos anos para se decompor no meio ambiente.


Assim, a TI Verde se tornou fundamental para o desenvolvimento sustentável, uma vez que, é necessário que haja o crescimento econômico aliada às políticas ambientais adequadas. Dessa forma, a sociedade precisa se conscientizar, e mais, por em prática atitudes ecologicamente corretas para minimizar as conseqüências ambientais catastróficas, como já se observa nos dias atuais.


Fonte Própria.

sábado, 28 de novembro de 2009

TI Verde – sustentabilidade e produtividade de mãos dadas

Por Bernardo Moura


A sustentabilidade nunca esteve tão em evidência como agora. Primeiro surgiu a necessidade de reciclar produtos e embalagens, depois a redução no consumo de água e, mais recentemente, a neutralização das emissões de carbono. Atualmente, a bola da vez quando o assunto nas empresas é o meio ambiente é a “TI Verde”.

As soluções verdes – ou a Green IT, como está sendo chamada no mercado internacional – são meios eficientes de manter a empresa competitiva, aliando uma postura de sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental no meio eletrônico. A diminuição no consumo de energia é a principal característica, mas há espaço também para a redução na necessidade de expansões da infraestrutura, o aumento de funcionalidades para os negócios e o atendimento às demandas dos clientes e às normas governamentais.

Segundo uma pesquisa recente realizada pela IBM com mais de mil executivos de 12 países, cerca de 50% das companhias em todo o mundo já implantaram algum tipo de medição de consumo de energia para infraestruturas de TI. No Brasil, este índice já alcança 66% das organizações, o que torna o País um dos mais preocupados quando o assunto é o consumo de eletricidade.

A questão vem sendo analisada com seriedade por muitos gestores de Tecnologia da Informação que colocam a conta de energia elétrica em segundo lugar na lista dos principais custos operacionais de companhias com datacenters internos. Entre as soluções estão a terceirização de processos e a virtualização de servidores, que permite a multiplicação de uma máquina real em várias virtuais.

Medidas como essas podem reduzir em cerca de 40% o consumo de energia das empresas. Mas existem ainda outras soluções, que dependem quase que exclusivamente da adoção de novos processos pelas companhias. Na área de seguros, por exemplo, já é possível emitir apólices assinadas eletronicamente, o que pode evitar o consumo exagerado de papel entre seguradoras, corretores e clientes.

Esses avanços tecnológicos são oferecidos por empresas que aprimoram constantemente sua arquitetura de sistemas e processos, buscando o desenvolvimento de ferramentas e softwares aplicativos mais eficientes às necessidades empresariais. Entre elas está a I4PRO, empresa especializada em TI para seguradoras.

É o que explica Mauricio Ghetler, diretor de Marketing I4PRO.

“A utilização de apólices assinadas eletronicamente podem gerar uma economia de papel também pode ser atingida através da interface diferenciada dos produtos, que permitem que os modelos de apresentação de consultas, relatórios e a geração de documentos assinados digitalmente evitem o consumo de papel”.

Entre as ferramentas que podem contribuir com o meio ambiente através da tecnologia estão ainda a otimização do modelo de dados corporativos que resulta em menor necessidade de armazenamento e a utilização inteligente de processos, processadores e seus “cores” que, com melhor balanceamento de carga, evitam picos de consumo de eletricidade, por exemplo. Outra alternativa de bom impacto é a utilização do browser como interface do usuário final, para otimização da carga de processamento na ponta. Sua leveza gera economia energética e isso se multiplica pelo número de usuários da corporação.

Neste cenário, fica difícil mensurar com exatidão os resultados positivos quanto à redução no consumo de energia e papel proporcionados pela tecnologia. Porém, se levarmos em consideração que uma seguradora de porte médio emita cerca de 4 mil apólices por mês, a redução média mensal no consumo de papel será de aproximadamente 100 mil folhas ou 500 quilos de papel.

Para se ter uma idéia de quanto isso representa, estudos indicam que para produzir uma tonelada de papéis novos são necessárias, em média, 22 árvores, 10 mil litros de água e 5 MW/hora de energia.

“Uma boa arquitetura de software pode representar passo importante na direção da TI verde. Investir em soluções para a redução no consumo de energia é fundamental, não apenas porque esses gastos retornam com a economia gerada, mas porque a sustentabilidade e a produtividade andam de mãos dadas.”

É o que indica Ghetler sobre a TI Verde, um importante instrumento de consolidação da sustentabilidade nas organizações.

Fonte: http://ecobriefing.wordpress.com/2009/06/10/ti-verde-sustentabilidade-e-produtividade-de-mos-dadas/

domingo, 22 de novembro de 2009

Definindo o Valor Ambiental da TI

O assunto "TI Verde" é geralmente focado em avaliar como a tecnologia causa impacto ambiental em uma empresa e o que é necessário fazer para reduzir esse dano. Entretanto, as áreas de TI também devem estar cientes dos fatores que constituem o impacto ambiental total da empresa e até que ponto a TI pode ser um peso ou uma vantagem?

Simon Mingay, Andrea Di Maio

Principais constatações
• A TI tem vários papéis quando se trata de aumentar ou reduzir o dano ambiental de uma empresa, que varia de acordo com o setor da indústria, produtos, serviços e processos de negócios.
• Há três graus de impacto ambiental de TI: o impacto da própria TI, o impacto da TI nas operações do negócio e na cadeia de abastecimento, e o impacto da TI no consumo de produtos e serviços.
• Apesar de diferentes setores da indústria tenderem a um equilíbrio diferente entre esses três graus, di-ferenças substanciais também podem ser encontradas dentro de um mesmo setor. Conseqüentemen-te, não é possível haver generalizações.

Recomendação
• Dê ao impacto ambiental um tratamento de business case (em termos de custos, benefícios e riscos) e use a mesma abordagem adotada por qualquer projeto intensivo de TI.

ANÁLISE
O que Você Precisa Saber
A TI tem uma área de cobertura muito mais ampla do que as iniciativas de TI verde costumam, em ge-ral, considerar. As áreas de TI devem articular os custos, benefícios e riscos que a tecnologia pode causar na política ambiental da empresa como um todo.
Ainda que a tentativa de tornar a TI mais verde deva continuar sendo uma preocupação, há áreas on-de a implementação de mais TI pode contribuir de forma significativa para tornar uma empresa mais susten-tável do ponto de vista ambiental.

Análise
O foco da TI verde está geralmente no fato de a informática ser um peso para o ambiente. Impactos negativos incluem o uso de substâncias perigosas, escassas ou não recicláveis; lixo eletrônico; alto consumo de energia; e emissões associadas ao resfriamento de equipamentos de alta potência. Isso significa que CIOs ou outros gerentes de TI que têm por objetivo fazer a TI verde, devem tentar alcançar, de modo geral, objeti-vos parecidos, independente da indústria a que possam pertencer.

Entretanto, a TI é somente uma das áreas que produz impactos ao ambiente dentro de uma empresa: criação de produto ou serviço, cadeia de abastecimento, produção, logística, distribuição, imóveis, desloca-mento, política de compra e vários outros processos consomem ou influenciam a energia e geram desperdí-cios. Os clientes da empresa também contribuem para a sua área de cobertura ambiental no modo em que usam ou consomem o produto ou serviço.

Entendendo a escala relativa do impacto ambiental para determinar onde a TI pode ter mais impacto

Da perspectiva do gerenciamento de TI de uma empresa, há três graus de impacto ambiental:
• O impacto de primeiro grau é aquele causado diretamente pela TI e pelas formas de comunicação u-sadas pela empresa. Isso inclui o lixo eletrônico e a distribuição de bens; consumo de recursos não renováveis, como energia usada no data center para computadores, equipamentos de impressão e de rede; a energia contida no ciclo de vida total de cada bem; e o comportamento do usuário.
• O impacto de segundo grau se refere às operações e à cadeia de abastecimento, independente de o resultado final ser um produto, serviço, ou uma combinação de um produto e um serviço. Isso inclui os efeitos ambientais do consumo de material e de energia; emissões ou desperdícios provenientes da produção e de todos os processos operacionais; consumo de papel para fins administrativos; energia elétrica, sistema de aquecimento e de refrigeração para prédios; transporte da força de trabalho e lo-comoção; frotas de veículos; impacto no supply chain; e coleta de lixo. O componente de energia de tudo isso se torna parte da "energia incorporada" em um produto ou serviço — isto é, a energia usada na sua fabricação e distribuição.
• O impacto de terceiro grau é o impacto ambiental na fase "em uso" ou na fase de entrega dos produ-tos e serviços da empresa — isto é, os impactos diretos da aquisição e uso dos produtos e serviços.

Alguns exemplos ajudam na explicação. Para um fabricante de automóveis, a energia gasta na montagem do automóvel, na produção de componentes pela sua cadeia de abastecimento e na remessa desses auto-móveis, na realização de pesquisa e desenvolvimento, e nos testes faz parte do segundo grau de impacto. A gasolina usada para os carros e as emissões de dióxido de carbono faz parte do terceiro grau. Finalmente, a TI que administra a fábrica, bem como todos os outros processos, constitui o primeiro grau do impacto.

Para um banco público, o segundo grau constitui principalmente o consumo de papel, transporte dos fun-cionários e ar condicionado usado nos escritórios. O terceiro grau está relacionado à emissão de carbono dos clientes: Eles precisam ir até os caixas? Eles podem fazer as coisas que precisam ser feitas de suas casas ou de seus escritórios?

Se alguém começar a observar a importância relativa de cada grau no impacto ambiental global da em-presa, as diferenças entre os setores da indústria são bastante impressionantes.

Isso é importante para avaliarmos a importância do impacto causado pela TI com relação às ativida-des de produção e de consumo. Na maioria das indústrias de produção onde há um significativo processa-mento de materiais ou onde o processo é particularmente intensivo quando se trata de energia, a contribuição de primeiro grau proporcionada pela TI à área de cobertura ambiental é muito pequena, o que sugere que a maior função da TI possa estar usando a TI para minimizar os efeitos do segundo e terceiro graus. Entretanto, a contribuição proporcionada pela TI à área de cobertura ambiental da empresa torna-se relevante em seto-res como o de serviços financeiros ou governo, onde o processamento e as transformações são na maioria das vezes relacionadas às informações ao invés de materiais, e onde o transporte ou os deslocamentos não sejam significativos, devido à natureza de suas operações. É claro que isso não pode ser generalizado mes-mo em um setor da indústria, pois cada empresa tem seu próprio perfil de impacto ambiental.

Entender onde as operações da empresa causam maior dano ambiental, bem como o impacto durante o ciclo de vida do produto ou serviço, do início ao fim, é um fator crítico para se determinar onde uma inter-venção pode trazer benefícios por meio de inovação e investimento.

Onde a aplicação da TI tem mais impacto?

A TI e a internet transformaram a sociedade e o mundo comercial. A TI já produz efeitos ambientais positivos significativos ao administrar organizações de forma eficiente e ao propiciar saúde e segurança am-biental, e outros sistemas de controle. ATI tem um papel importante ao aprimorar a sustentabilidade ambiental da nossa sociedade, economias, empresas e serviços públicos.

São várias as aplicações futuras da TI que podem melhorar a sustentabilidade ambiental:
• Base de dados de materiais e substâncias
• Administração de desperdícios
• Substituição de deslocamento
• Otimização nos transportes
• Sistemas de controle para aquecimento, energia elétrica e refrigeração
• Administração de energia
• Mecanização de sistemas de gerenciamento ambiental
• Administração de cadeia de abastecimento

O aspecto interessante é que a política de TI verde pode passar de uma obrigação para se tornar uma vantagem por meio da redução da emissão do carbono nos processos de produção e de consumo. Alguns exemplos incluem as tecnologias operacionais para melhorar os processos de produção e o consumo de e-nergia, mecanização, administração de frotas, aumento de serviços online para os clientes e para os funcio-nários a fim de minimizar a necessidade de deslocamento para locais específicos, serviços móveis que serão fornecidos onde e quando necessário, e assim por diante. Apesar de as preocupações ambientais não serem provavelmente um propulsor primário para os intensivos investimentos de TI, essas preocupações terão cada vez mais importância para dar suporte ao caso de negócio.

Observação 1. Áreas de Cobertura Ambiental de Diferentes Empresas

Em algumas indústrias do setor de produção, a proporção entre o primeiro e o segundo graus combi-nados é consideravelmente menor do que o terceiro grau, enquanto que em outras indústrias a proporção é o oposto. A Figura 1 mostra que diferentes indústrias possuem perfis diferentes e que provavelmente isso seja verdade para as indústrias de serviços em que níveis iguais de transporte estão envolvidos. Entretanto, a ilus-tração torna-se imprecisa para indústrias onde vários transportes ou frotas de veículos estejam envolvidos.


Data de Publicação: 5 de setembro de 2007

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

TI Verde gera nova vertente de carreira


Por: Rodrigo Afonso, repórter do COMPUTERWORLD

Como uma das grandes prestadoras de serviços e fornecedoras de infraestrutura, era de se esperar que a IBM implantasse iniciativas verdes. Com o projeto Big Green, que envolveu investimentos de um bilhão de dólares para o desenvolvimento de tecnologias e serviços “verdes”, a empresa buscou ingressar de vez na tendência.


Internacionalmente, o projeto gerou números significativos de economia. Com a consolidação de 3,9 mil servidores em cerca de 30 mainframes, houve uma redução de 80% no consumo. Um dos centros de tecnologia que estão incluídos nesse processo de adequação está localizado em Hortolândia (SP).

A IBM Brasil investiu na criação de uma área exclusiva para a comercialização de soluções verdes e otimização de TI, coordenada por Roberto Diniz, líder de soluções verdes e otimização de tecnologia. Diniz falou ao COMPUTERWORLD sobre o perfil do profissional responsável por iniciativas como essa.

COMPUTERWORLD - Que competências um profissional deve ter para liderar ou se envolver na área de TI Verde de uma organização?

Roberto Diniz - A primeira, uma das mais importantes, é gostar muito do que faz, ser um apaixonado. Tem que gostar da natureza, não adianta ter só um discurso. É preciso que seja genuíno. A segunda competência é entender muito de natureza e dos processos que levam à sua degradação. Engenheiros costumam ser bons nisso, principalmente os que têm formação na área ambiental, pois TI Verde fica na esquina entre meio ambiente e tecnologia. Claro, não dá para rotular o profissional como formado em uma carreira específica, todos podem aprender muito e entender muito do que estão falando.

CW - Se você tivesse que dar uma dica de formação para quem quer entrar na área, qual seria?

RD - O mais importante é entender dos processos e das questões técnicas, para poder ter um discurso com excelência. Não adianta falar que precisa salvar a natureza. Todo mundo concorda com isso, mas é importante saber como e fazer as pessoas entenderem as maneiras corretas, com as devidas explicações e contextualizações.

CW - Qualquer tipo de economia de energia pode ser considerada TI Verde, mesmo desconsiderando o descarte de materiais?

RD - De certa forma sim. Economizou energia, é TI Verde. É um dado bem técnico: qualquer geração de energia gera aquecimento global, seja hídrica, nuclear, carvão, óleo, gás, turbinas etc. Tecnologias. Mas se alguém trocou monitores de tubo por LCD para economizar energia elétrica e não cuidou do descarte adequado, fez 50% do dever de casa, pois pensou somente na economia de energia, dos custos.

CW - Como ensinar as pessoas a tomarem atitudes verdes nas pequenas atitudes do dia-a-dia?

RD - A primeira forma de fazer isso é mostrar detalhadamente os impactos de cada ação que essas pessoas tomam. O segundo ponto é ensinar para as pessoas o que fazer, pois a maioria delas não toma atitudes de forma correta quando se fala em meio ambiente.

CW - E que tipo de resistência as pessoas demonstram na hora de aplicar TI Verde?

RD - Falando do meio corporativo, a primeira resistência clássica vem daquele gestor que só pensa no curto prazo e que reduz tudo a variáveis financeiras simples. Se você vem com uma nova linha de ar condicionado que reduz gasto com energia, ele vai resistir porque gera custos imediatos de substituição. Tem que lidar bem com ele, explicar, conversar, ensinar que isso gera sustentabilidade ambiental e financeira. Isso é somente o básico.

CW - É difícil realizar esse tipo de convencimento?

RD - É bem difícil. É importante promover muitas campanhas e repetir diariamente as mesmas coisas. O processo de convencimento humano é assim, para conseguir uma mudança cultural, é importante martelar determinado assunto. O líder só pode se dar por satisfeito depois que começa a receber feedback, idéias de novas formas de economizar custos e preservar o meio-ambiente. No entanto, para ganhar defensores da idéia, reitero, ele tem que entender do que você está falando.

CW - Você tem um exemplo prático de convencimento?

RD - Todos sabemos que data center consome muita energia. Isso só piora se você não entende das melhores práticas. A simples falta de computadores pode pôr todo o esquema de fluxo de ar quente e frio a perder, gerando desperdício enorme. O que um técnico que não tem noções de TI Verde faz? Aumenta o ar condicionado para resolver. O que alguém com noções faz? Descobre a causa do aquecimento e vai na raíz do que originou o problema. Uma solução mais simples para resolver o problema de fluxo de ar tem um valor irrisório perto do que vai se economizar no futuro. Falei do básico, mas existe uma centena de outras medidas que devem ser planejadas pelos líderes para atingir esse objetivo.

Fonte: http://computerworld.uol.com.br/carreira/2009/03/27/ti-verde-gera-nova-vertente-de-carreira/

TI Verde: setor financeiro impulsiona políticas sustentáveis

Fundos de venture capital elegem área de tecnologias limpas como prioridade na busca por oportunidades. Bancos exigem das empresas práticas de responsabilidade ambiental para a concessão de crédito.

Por Rodrigo Caetano, da Computerworld

Se redução de custos é tudo em que você consegue pensar quando ouve a expressão TI verde, então prepare-se para conhecer o outro lado da sustentabilidade, bem mais lucrativo. É no sistema financeiro, especialmente em bancos e investidores de venture capital, onde estão as maiores oportunidades para tirar proveito das tecnologias limpas.

O mundo dos negócios está aprendendo a conviver com um antigo desafeto: o meio ambiente. Se antes o progresso significava derrubar árvores e abrir estradas, atualmente a evolução depende da renovação e do consumo consciente, produzindo com grande eficiência, mas sem desperdícios.

A percepção corporativa em relação à sustentabilidade também mudou. Em 1987, a Organização das Nações Unidas definiu desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras”. O trabalho de ambientalistas e estudiosos conseguiu mostrar para gestores e empreendedores que os recursos não são ilimitados e é preciso fazer algo agora para não ficar sem amanhã.

Mais do que isso, o desenvolvimento sustentável passou a ser um bom negócio. Para as corporações, o primeiro, e mais simples, atrativo das políticas “verdes” é a redução de custos. Produzir com menos recursos, sejam quais forem, garante margens maiores. E há quem enxergue além dessa conta simples e encontra, nessa onda de consciência ecológica, oportunidades para novos negócios e segmentos.

Os números do mercado de venture capital, a exemplo do tipo de investimento de risco realizado em empresas iniciantes, comprovam o movimento. Nos Estados Unidos e na Europa, as empresas que desenvolvem produtos de tecnologias limpas ultrapassaram os tradicionais setores de tecnologia da informação e biotecnologia em volume de investimentos recebidos. Só no terceiro trimestre deste ano, segundo a empresa de pesquisas Cleantech, especializada na área, foram disponibilizados 1,59 bilhão de dólares para esses tipos de companhias.

Caminho sem volta

Mas se a aposta de alguns investidores ousados não é suficiente para comprovar a força das tecnologias verdes, talvez a opinião do mega-investidor George Soros tenha um peso maior. O bilionário declarou recentemente que vai reservar 1 bilhão de dólares de seus recursos para iniciativas que ajudem no combate ao aquecimento global. A informação é do site de notícias Cnet.

O húngaro Soros ganhou notoriedade por suas atividades de especulação financeira. Segundo a revista norte-americana Forbes, o investidor está entre as 30 pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna estimada em 11 bilhões de dólares.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (ABVCAP), Sidney Chameh, a realidade brasileira não é muito diferente da americana, apenas em níveis mais baixos. “A movimentação nos Estados Unidos é muito mais intensa, mas existe essa tendência no Brasil também”, afirma o executivo.

Assim como no caso americano, o governo é um grande incentivador das tecnologias limpas. Nos EUA, a política do presidente Barack Obama de atualizar as redes de energia, investindo nas chamadas redes inteligentes (smart grid), vem gerando diversas companhias inovadoras. Por aqui, o governo brasileiro, destaca Chameh, prepara o primeiro leilão de energia eólica do País para novembro deste ano.

Cerca de 10 bilhões de dólares, de acordo com Chameh, estão reservados, pelos fundos de venture capital e private equity, para investimentos no Brasil. O montante era bem maior — 27 bilhões de dólares — antes da crise financeira mundial, embora seja suficiente, afirma o executivo, para atender a demanda de projetos e sanear as atividades de inovação brasileiras.

A grande dificuldade dos participantes do mercado, tanto investidores quanto empreendedores, está na avaliação dos negócios. Mesmo com os sinais de retomada na economia, ainda está difícil prever com alguma margem de segurança o crescimento das empresas e o potencial de cada mercado.

Princípios do Equador

Mas não é apenas para empresas iniciantes que as tecnologias limpas ajudam na busca por recursos financeiros. As políticas de desenvolvimento sustentável, já faz algum tempo, estão se tornando pré-requisito para a tomada de empréstimos e financiamentos de empresas. Em 2002, como consequência de uma iniciativa do Banco Mundial, por meio do seu braço financeiro International Finance Corporation (IFC), os dez maiores bancos mundiais da época assinaram um documento para garantir que os projetos financiados fossem desenvolvidos de forma ambientalmente responsável.

Foram estabelecidos critérios mínimos para a concessão de crédito a empresas, denominados Princípios do Equador. Segundo Marcelo Vianna, sócio da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, é grande, atualmente, a exigência desse tipo de certificação por parte dos bancos brasileiros. “Se a empresa não cumpre determinado requisito, o banco costuma indicar a contratação de uma consultoria para resolver a questão, antes de liberar o crédito”, afirma.

Vianna ressalta que os critérios são mundialmente reconhecidos. “Os relatórios de sustentabilidade das empresas podem ser analisados em qualquer lugar do mundo”, diz. A demanda por auditoria na área de responsabilidade social e ambiental vem crescendo bastante no País, o que favorece muito a Deloitte.

A preocupação das empresas com a área ambiental pode ser comprovada, também, com números de uma pesquisa realizada este ano pela consultoria, com mais de 100 empresas que atuam no Brasil. Quase 50% dos pesquisados afirmaram que sua atividade principal afeta, de alguma forma, o meio ambiente. Mas, apenas 4% disseram não ter intenção de adotar práticas sustentáveis.

Segundo a mesma pesquisa, as medidas mais adotadas pelas empresas pesquisadas em relação à sustentabilidade são a racionalização do uso de recursos naturais (76%), programas de responsabilidade social para funcionários (72%) e programas de gerenciamento de resíduos (69%). Os programas de eficiência energética são adotados por 56% das companhias pesquisadas, enquanto 53% investem em tecnologias limpas.

As empresas pesquisas mostraram, ainda, que fatores relacionados a práticas sustentáveis, como adequação a controles ambientais e os investimentos do governo em fontes de energia limpa, impactam de forma relevante seus negócios. Ao mesmo tempo, apontaram diversos ganhos com a adoção de iniciativas sustentáveis, como a melhoria na imagem da empresa, conquista de mercado e aumento da produtividade.

O que a pesquisa comprova, segundo Vianna, é que existe uma forte pressão, especialmente vindo do segmento financeiro - sem falar dos clientes -, para a adoção de políticas de preservação ambiental. Além disso, as empresas enxergam os benefícios dessas iniciativas e têm intenção de adotá-las. Daí para o investimento em TI verde é apenas uma questão de oferta. E não demorará muito para que a procura por sistemas e equipamentos mais amigáveis ao meio ambiente se torne uma exigência.

http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/10/20/ti-verde-setor-financeiro-impulsiona-politicas-sustentaveis/

USP quer ser referência em TI verde

Por: Fabiana Monte, editora-assistente do Computerworld
Duzentos e vinte e nove cursos de graduação em 40 unidades e com 56 mil alunos. Na pós-graduação, são 30 programas e 22 mil discentes. Os números justificam o prestígio da Universidade de São Paulo (USP), responsável por 28% da produção científica brasileira, de acordo com dados da instituição, e por 10% de todos os programas de pós-graduação do Brasil.


Mas a universidade, que forma 2 mil doutores por ano, não parece satisfeita em ser referência apenas no mundo acadêmico. Quer mais, e está se posicionando firmemente no que diz respeito ao estabelecimento de políticas de TI Verde.

O primeiro passo foi dado em agosto 2007, com a criação de um comitê de sustentabilidade. Em dezembro, a universidade começou a se preocupar com o lixo eletrônico e, em 2008, estabeleceu uma parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) para criar um projeto focado no tema.

“Em junho daquele ano, fizemos uma campanha para todos os funcionários trazerem lixo eletrônico de casa, como CDs, monitores, celulares velhos. Recolhemos cinco toneladas em um dia”, relata Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da USP.

A expectativa era fazer um pregão reverso do entulho e reinvestir os fundos no próprio projeto. Sete empresas de reciclagem foram consultadas, mas o valor máximo conseguido foi 1,2 mil reais. A experiência provou à professora que o processo de reciclagem de lixo eletrônico é mais complexo do que se imagina à primeira vista. Para de fato fazer dinheiro com o lixo tecnológico, é preciso separá-lo por tipo de material e não por categoria de equipamento. Fazendo isso, é possível vender a sucata para empresas de reciclagem especializadas.

Além disso, selecionar o entulho por tipo de material garante um fim mais sustentável, evitando que ele seja descartado em lixões comuns. Tereza estima que, ao adotar esse modelo de separação, é possível multiplicar por dez o valor obtido com a venda dos resíduos. A universidade está em vias de criar uma seção no CCE para fazer este trabalho. Serão necessários 300m² de área para abrigar equipamentos como trituradeira, compactador e balança.

O desafio, agora, é achar a equação exata entre o investimento e o volume de lixo necessários mensalmente para pagar garantir o retorno esperado. “Calculamos que, para fechar a conta, precisaremos de 500 micros por mês. Não vou conseguir essa quantidade só na USP, então, queremos abrir para familiares de funcionários e também para a comunidade. A idéia é que o projeto esteja implantado até outubro”, diz Tereza.

O parque de micros da USP soma 40 mil computadores, com ciclo de vida entre quatro e cinco anos. Cerca de 10% do total é trocado anualmente. A substituição de todas as máquinas resultaria em uma economia anual de 900 mil reais ou de 70 mil reais ao mês na conta de energia elétrica da universidade, de acordo com cálculos do MIT.

Selo verde

Parte das máquinas cuja vida útil chegou ao fim foi substituída, no fim do ano passado, por desktops e laptops da Itautec com o “Selo Verde” criado pela USP em dezembro. Os computadores foram desenvolvidos com especificações que garantem menor consumo de energia e seu processo de produção exclui o uso de substâncias tóxicas, como chumbo.

Tereza conta que o "Selo Verde" vale exclusivamente para os computadores da Itautec utilizados na instituição e não para toda a linha de produtos da fabricante. A intenção da universidade é promover, no longo prazo, a troca de todo o parque de informática por produtos ecológicos, incluindo impressoras e equipamentos de rede. “Temos poucos produtos ‘verdes’ no mercado”, lamenta a diretora do CCE, lembrando que a falta de políticas públicas não incentiva os fabricantes a desenvolverem produtos ambientalmente sustentáveis.

Virtualização

Na área de software, há algumas opções de produtos de virtualização que auxiliam a diminuir a conta de energia elétrica e a consequente emissão de carbono para a atmosfera. Ainda no primeiro semestre, a USP planeja virtualizar 16 servidores de seu data center, onde ficam hospedadas as 80 mil contas de correio eletrônico da universidade, além de sistemas corporativos – de matrícula, por exemplo – e as páginas das unidades de ensino e de pesquisa.

“Imagino que, com a virtualização consigamos diminuir em 30% a energia consumida atualmente”, prevê Alberto Camilli, diretor da divisão técnica de operação de infraestrutura do CCE. O objetivo principal é simplificar o gerenciamento dos servidores, tornando o processo mais dinâmico e flexível.

O processo de seleção dos fornecedores será por meio de edital e o projeto deve envolver investimentos de aproximadamente 500 mil reais. “Esse investimento se paga em menos de um ano”, comemora o diretor.

Fonte: http://computerworld.uol.com.br/gestao/999/12/31/usp-quer-ser-referencia-em-ti-verde/

Todos os componentes de um micro podem ser reaproveitados, evitando que afetem o meio ambiente

Por Paula Sato (novaescola@atleitor.com.br)

O lixo eletrônico é um dos grandes problemas da atualidade. Segundo dados do Greenpeace, por ano, são produzidos até 50 milhões de toneladas desse tipo de dejeto no mundo inteiro. E o volume vem crescendo em 5% ao ano na Europa. A questão principal não é a só que esse lixo ocupe muito espaço, o grande perigo é que a maior parte dos aparelhos eletrônicos usa em sua fabricação metais tóxicos, como mercúrio, chumbo e cádmio. "Quando um computador vai para o aterro sanitário, essas substâncias reagem com as águas da chuva e contaminam os afluentes e o solo", alerta Tereza Cristina Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Descarte e Reciclagem de Lixo Eletrônico da instituição.

Mais sobre reciclagem

A princípio, todos os componentes do microcomputador e do monitor podem ser reciclados. Até mesmo as substâncias tóxicas, como o chumbo, são reaproveitadas na confecção de novos produtos, como pigmentos e pisos cerâmicos. "A ideia é que, além de evitar que o metal contamine o solo, ele volte para a linha de produção. Assim, não é preciso tirar mais minérios da natureza", afirma Tereza Carvalho. Porém, no Brasil, ainda é muito difícil conseguir reciclar um aparelho inteiro. O que acontece é que, em geral, as empresas são especializadas na reutilização de apenas um tipo de material, como placas, plástico ou metais. Assim, quando uma máquina chega a esses lugares, o que interessa é aproveitado e o restante tem destinação incerta. É por isso que a USP está implantando o primeiro centro público de reciclagem de lixo eletrônico, que deve entrar em funcionamento em agosto. Lá, a equipe vai fazer a separação dos materiais e destiná-los para as empresas especializadas, fazendo com que nada seja descartado. "Existe uma falta de consciência sobre esse assunto, mas temos de pensar que, só em 2008, foram vendidos 12 milhões de computadores e que, daqui a cinco anos, eles vão virar sucata", diz a professora.

No Brasil, a questão da destinação de aparelhos elétricos começou a ser discutida só agora, com um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo e que prevê que os fabricantes, importadores e comerciantes sejam responsáveis por recolher e destinar o lixo eletrônico. Porém, Tereza Carvalho explica que a iniciativa é válida, mas não resolve o problema, já que trata apenas de computadores, monitores e produtos magnetizados. Sistemas de rede e parques de telefonia ficaram de fora. "Na Europa, que está bem avançada no assunto, desde 2002, existem leis que obrigam os fabricantes a se responsabilizar por todos os eletrônicos produzidos. Além disso, só podem ser fabricados micros verdes", diz a professora. Para um computador ser considerado verde, ele precisa ter um sistema de economia de energia, ser produzido dentro de padrões de gestão ambiental e não ter chumbo em sua composição. No Brasil, algumas marcas já oferecem essa opção, mas o mercado ainda é muito pequeno. "É muito importante divulgar o problema e alertar os consumidores para, primeiro, nunca darem aparelhos velhos aos sucateiros, que só vão retirar as partes que podem vender, o resto jogam fora. O ideal é que os usuários deveriam comprar apenas micros verdes. Se houver a demanda, todas as empresas vão ter que se adequar", finaliza Tereza Carvalho.

Quer saber mais?
Greenpeace - Greener Electronics (em inglês)

Fonte: http://revistaescola.abril.uol.com.br/ciencias/fundamentos/como-funciona-reciclagem-computadores-477630.shtml

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

TI Verde – Sustentabilidade e Produtividade de Mãos Dadas

Por Bernardo Moura

A sustentabilidade nunca esteve tão em evidência como agora. Primeiro surgiu a necessidade de reciclar produtos e embalagens, depois a redução no consumo de água e, mais recentemente, a neutralização das emissões de carbono. Atualmente, a bola da vez quando o assunto nas empresas é o meio ambiente é a “TI Verde”.

As soluções verdes – ou a Green IT, como está sendo chamada no mercado internacional – são meios eficientes de manter a empresa competitiva, aliando uma postura de sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental no meio eletrônico. A diminuição no consumo de energia é a principal característica, mas há espaço também para a redução na necessidade de expansões da infraestrutura, o aumento de funcionalidades para os negócios e o atendimento às demandas dos clientes e às normas governamentais.

Segundo uma pesquisa recente realizada pela IBM com mais de mil executivos de 12 países, cerca de 50% das companhias em todo o mundo já implantaram algum tipo de medição de consumo de energia para infraestruturas de TI. No Brasil, este índice já alcança 66% das organizações, o que torna o País um dos mais preocupados quando o assunto é o consumo de eletricidade.

A questão vem sendo analisada com seriedade por muitos gestores de Tecnologia da Informação que colocam a conta de energia elétrica em segundo lugar na lista dos principais custos operacionais de companhias com datacenters internos. Entre as soluções estão a terceirização de processos e a virtualização de servidores, que permite a multiplicação de uma máquina real em várias virtuais.

Medidas como essas podem reduzir em cerca de 40% o consumo de energia das empresas. Mas existem ainda outras soluções, que dependem quase que exclusivamente da adoção de novos processos pelas companhias. Na área de seguros, por exemplo, já é possível emitir apólices assinadas eletronicamente, o que pode evitar o consumo exagerado de papel entre seguradoras, corretores e clientes.

Esses avanços tecnológicos são oferecidos por empresas que aprimoram constantemente sua arquitetura de sistemas e processos, buscando o desenvolvimento de ferramentas e softwares aplicativos mais eficientes às necessidades empresariais. Entre elas está a I4PRO, empresa especializada em TI para seguradoras.

É o que explica Mauricio Ghetler, diretor de Marketing I4PRO.

“A utilização de apólices assinadas eletronicamente podem gerar uma economia de papel também pode ser atingida através da interface diferenciada dos produtos, que permitem que os modelos de apresentação de consultas, relatórios e a geração de documentos assinados digitalmente evitem o consumo de papel”.

Entre as ferramentas que podem contribuir com o meio ambiente através da tecnologia estão ainda a otimização do modelo de dados corporativos que resulta em menor necessidade de armazenamento e a utilização inteligente de processos, processadores e seus “cores” que, com melhor balanceamento de carga, evitam picos de consumo de eletricidade, por exemplo. Outra alternativa de bom impacto é a utilização do browser como interface do usuário final, para otimização da carga de processamento na ponta. Sua leveza gera economia energética e isso se multiplica pelo número de usuários da corporação.

Neste cenário, fica difícil mensurar com exatidão os resultados positivos quanto à redução no consumo de energia e papel proporcionados pela tecnologia. Porém, se levarmos em consideração que uma seguradora de porte médio emita cerca de 4 mil apólices por mês, a redução média mensal no consumo de papel será de aproximadamente 100 mil folhas ou 500 quilos de papel.

Para se ter uma idéia de quanto isso representa, estudos indicam que para produzir uma tonelada de papéis novos são necessárias, em média, 22 árvores, 10 mil litros de água e 5 MW/hora de energia.

“Uma boa arquitetura de software pode representar passo importante na direção da TI verde. Investir em soluções para a redução no consumo de energia é fundamental, não apenas porque esses gastos retornam com a economia gerada, mas porque a sustentabilidade e a produtividade andam de mãos dadas.”

É o que indica Ghetler sobre a TI Verde, um importante instrumento de consolidação da sustentabilidade nas organizações.

Fonte: http://ecobriefing.wordpress.com/2009/06/10/ti-verde-sustentabilidade-e-produtividade-de-mos-dadas/

terça-feira, 10 de novembro de 2009

PC de papelão é finalista em concurso de gadgets "verdes"

No dia 27 de fevereiro aconteceu em Nova York a Green Gadgets Conference 2009, que reuniu empresários, designers e visionários para dicutir o futuro da sustentabilidade para a indústria de eletrônicos de consumo. A conferência também premiou os melhores gadgets "verdes", escolhidos por internautas.

Foram escolhidos dez dos 50 finalistas, que puderam ser votados no site da competição, disponível pelo atalho http://tiny.cc/gXsd3. Os premiados receberam US$ 3 mil.



Um projeto que chamou bastante a atenção foi o Recompute, do americano Brenden Macaluso. O PC é feito de 12 placas de papelão, que formam uma estrutura resistente e totalmente adaptável às saídas normais de um computador. São três componentes eletrônicos pincipais: uma placa-mãe com processador e memória, fonte de energia e disco rígido. A idéia é que o usuário aproveite hardware já existente, como um teclado de outro computador, por exemplo.


O designer tcheco Petr Novak apresenta a Move Your Energy, uma cadeira de balanço tecnológica com uma lâmpada LED, específica para leitura, integrada. Um mecanismo cinético faz com que o movimento da cadeira produza energia para acender a lâmpada.

Um projeto inusitado é o D.I.Y. Light Electric Vehicle, do americano Scott Gibson, tem propósito educacional e serve como inspiração para atitudes ecológicas. O sistema solar móvel é feito a partir de reboques para bicicletas e pode ser transportado facilmente para eventos que reúnem muitas pessoas.

Blight é uma persiana que converte luz solar em energia elétrica. O projeto, do designer belga Vincent Gerkens, consiste em absorver a luz durante o dia e liberá-la à noite.

Outra proposta foi o BugPlug, da polonesa Kamil Jerzykowski. O gadget ajuda a economizar eletricidade prevenindo o consumo acidental ou desnecessário, com um sensor de movimento embutido que desliga todos os aparelhos conectados quando não detecta nenhum movimento.



Criada pelo alemão Felix Stark, a Bulb 2.0 é uma lâmpada fluorescente, que consome menos energia que as tradicionais, cujo diferencial para atrair os consumidores é o design.

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Inovação sustentável: Especialistas discutem o papel das tecnologias para o desenvolvimento sustentável

Como conduzir os esforços de inovação para uma economia sustentável? Foi essa a reflexão proposta por Ricardo Voltolini no Universo Qualidade, evento realizado em São Paulo, na última semana de agosto. Com o mote Inovação: pensar e agir diferente para liderar, o debate contou ainda com a participação de José Miguel Chaddad, consultor da Anpei – Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras, e Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife – (C.E.S.A.R).

Chaddad abordou a necessidade por inovação, sobretudo em um cenário de crise. Enquanto Meira ressaltou a importância da questão tecnológica para a evolução humana. Voltolini, por sua vez, trouxe para o debate a questão da sustentabilidade. Segundo ele, o esgotamento dos recursos naturais exige que repensemos os modelos de produção e consumo atuais. “A negação do processo de extração, produção e descarte, herdado da longínqua era industrial, deve ser o ponto de partida desse processo de mudança”, destaca.

Dessa forma, como tornar uma empresa competitiva em um cenário de fragilidade ambiental? A saída, segundo o consultor, é buscar a intersecção entre os interesses dos negócios, os da sociedade e os do planeta, além do fortalecimento nas relações com seus públicos de interesse. “As organizações terão que ser flexíveis, não fragmentadas, facilitar o diálogo, ser tolerantes às diferenças, menos hierárquicas, um tanto caóticas - porque um pouco de caos controlado ajuda na criação - e abertas à colaboração dos públicos de interesse”, conta.

Ainda de acordo com Voltolini, para que a mudança no modelo de desenvolvimento aconteça na prática, será necessário fazer uma transformação nos modelos mentais, que já pode ser vislumbrada pela crescente onda verde que se instala na pauta dos grandes investidores, mesmo a despeito da crise. A onda é baseada em duas fontes de pressão: a primeira provém do sentimento de que os limites do planeta vão restringir as operações de negócios, redesenhando mercados. Já a segunda resulta do crescente número de indivíduos sensíveis às questões ambientais. “Para atuar de modo sustentável, as empresas deverão investir em inovação, seja em tecnologias, serviços ou produtos. Elas terão quer ser vivas, educadoras, aprendizes e assemelhadas às estruturas dos sistemas biológicos”.

Algumas soluções no âmbito empresarial, de acordo com Voltolini, estão na redução da quantidade de matéria-prima e energia por unidade produzida, na desmaterialização de produtos, no investimento em ecodesign, na eliminação de sustâncias tóxicas e no aumento da vida útil dos produtos. Ele conta ainda que o conceito de inovação não implica necessariamente a criação de novos produtos, já que esse movimento demandaria ainda mais recursos naturais para sua produção, distanciando a transformação verde das condições de fornecimento do planeta.

Um dos cases inovadores destacados pelo especialista foi o restabelecimento da Nike, que saiu de um processo de acusações de irresponsabilidade social nos anos 1990, para a criação de um grupo de estratégias sustentáveis, que integrou os departamentos de inovação, designers, gerentes de produto e engenheiros. A empresa também implantou um planejamento participativo para estimular a sugestão de ideias, estabelecendo metas verdes. “Os resultados mostram que a fabricante de calçados conseguiu ter padrões elevados na redução de desperdícios e responsabilidade coletiva na fabricação, investindo na equação do sucesso pautada na geração de riqueza, equilíbrio ambiental e justiça social”, afirma.

Ponto para a Nike

A empresa criou uma linha de vestuário inteiramente à base de algodão orgânico, uma resposta para o histórico de produções dependentes da utilização do petróleo. Também livrou-se das toxinas químicas contidas em componentes de peças de borracha utilizados na fabricação de seus tênis; retirou completamente os solventes dos processos de manufatura e começou a pesquisar e utilizar materiais alternativos ao PVC em toda a sua linha de produtos.

Sustentabilidade em cinco etapas

Que o desenvolvimento sustentável está completamente atrelado aos ideiais de inovação Voltolini não tem dúvida. Para o especialista, no entanto, a implementação de uma cultura de inovação baseada na sustentabilidade faz parte de um processo que é gradual e deve passar necessariamente por cinco etapas:

· Escolher questões do seu negócio que repercutirão em seus clientes, procurando atender suas necessidades referentes as questões socioambientais.
· Envolver os fornecedores, para que as operações fiquem mais sustentáveis;
· Concentrar-se naquilo que a empresa conhece e faz melhor;
· Antecipar-se às mudanças transformando o que seriam desafios para os clientes em oportunidades de negócios,
· E capacitar seus funcionários, para que eles percebam as oportunidades e ajudem a construí-las.
·
O papel do consumidor também é fundamental para a formação desse cenário, o que já pode ser visto com o aumento do número de consumidores preocupados com as causas ambientais e dispostos a pagar mais por produtos e serviços verdes. Voltolini conta que o cenário é positivo em todo o mundo, inclusive no Brasil, e aposta na equivalência nos preços de produtos ecologicamente corretos aos convencionais, de origem poluente, no médio prazo. “Com uma procura maior por parte dos consumidores pelos produtos verdes, o movimento acontecerá pela simples lei de oferta e demanda: quanto mais as pessoas consomem, mais as empresas produzem, sendo maior a tendência de os preços se alinharem aos demais produtos do mercado, com a diferença que os produtos verdes têm um apelo forte de valor”.

Fonte: http://www.ideiasustentavel.com.br/destaques.php?codTemaDestaques=88&pagina= Inovação sustentável

Lixo Eletrônico em Excesso

30/10/2009 - 12h10
Por Redação da agência Fapesp
Há mais de dez anos tem crescido enormemente o uso de dispositivos eletrônicos portáteis, como computadores, telefones celulares e tocadores de música (primeiramente CD e, depois, arquivos digitais). Um dos resultados, que a princípio não parecia preocupante, é o acúmulo de lixo.

Eletrônicos hoje representam o tipo de resíduo sólido que mais cresce na maioria dos países, mesmo nos em desenvolvimento. Um dos grandes problemas de tal lixo está nas baterias, que contêm substâncias tóxicas e com grande potencial de agredir o ambiente.
Em artigo publicado na edição desta sexta-feira (30/10) da revista Science, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, comentam o problema e a ausência de políticas adequadas de reciclagem.

“O pequeno tamanho, a curta vida útil e os altos custos de reciclagem de tais produtos implicam que eles sejam comumente descartados sem muita preocupação com os impactos adversos disso para o ambiente e para a saúde pública”, apontam os autores.
Eles destacam que tais impactos ocorrem não apenas na hora de descartar os equipamentos eletrônicos, mas durante todo o ciclo de vida dos produtos, desde a fabricação ou mesmo antes, com a mineração dos metais pesados usados nas baterias.
“Isso cria riscos de toxicidade consideráveis em todo o mundo. Por exemplo, a concentração média de chumbo no sangue de crianças que vivem em Guiyu, na China, destino conhecido de lixo eletrônico, é de 15,2 microgramas por decilitro”, contam.
Segundo eles, não há nível seguro estabelecido para exposição ao chumbo, mas recomenda-se ação imediata para níveis acima de 15,2 microgramas por decilitro de sangue.
Os pesquisadores estimam que cada residência nos Estados Unidos guarde, em média, pelo menos quatro itens de lixo eletrônico pequenos (com 4,5 quilos ou menos) e entre dois e três itens grandes (com mais de 4,5 quilos). Isso representaria 747 milhões de itens, com peso superior a 1,36 milhão de toneladas.

O artigo aponta que, apesar do tamanho do problema, 67% da população no país não conhece as restrições e políticas voltadas para o descarte de lixo eletrônico. Além disso, segundo os autores, os Estados Unidos não contam com políticas públicas e fiscalização adequadas para a reciclagem e eliminação de substâncias danosas dos produtos eletrônicos.

Os pesquisadores pedem que os governos dos Estados Unidos e de outros países coloquem em prática medidas urgentes para lidar com os equipamentos eletrônicos descartados. Também destacam a necessidade de se buscar alternativas para os componentes que causem menos impactos à saúde humana e ao ambiente.
O artigo The electronics revolution: from e-wonderland to e-wasteland, de Oladele Ogunseitan e outros, pode ser lido por assinantes da Science -
http:// www.sciencemag.org(Envolverde/Agência Fapesp)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

TI também começa a ficar verde

Um tema que começa a chamar atenção é o consumo de energia nos data centers. Antes relegada a segundo ou terceiros planos, uma série de estudos mostrando uma situação no mínimo preocupante, está colocando o tema na tela do radar dos CIOs. É verdade que ainda está no cantinho, mas em breve deverá se deslocar para o centro da tela.

Um recente estudo (fevereiro de 2007) produzido pelo Lawrence Berkeley National Laboratory mostrou que à medida que os servidores tornamse mais poderosos, demandam mais energia e que este consumo já representa cerca de 1,2% de todo o consumo de eletricidade dos EUA.

O Gartner Group cita que em 2010, cerca de metade das empresas listadas na relação Forbes 2000 estarão gastando mais dinheiro com energia que com os seus computadores. O gasto com energia, segundo o Gartner, que corresponde hoje em média a 10% dos orçamentos de TI, chegarão a 50% em alguns anos. Outro estudo, este de uma empresa de energia americana, a Pacific Gas & Electric (PG&E) diz que os data centers demandam 50 vezes mais energia por metro quadrado que um escritório.

O Gartner vai além e diz que, em média, de 30% a 60% da energia demandada em um data
center é desperdiçada. E lembra que TI está hoje como a indústria automotiva estava há 20 anos: começando a ser pressionada por maior eficiência energética.

Diante deste quadro os analistas começam a chamar atenção para o gasto com energia (dos servidores e dos equipamentos de refrigeração) e dizem que em breve os CFOs estarão bem mais preocupados com o assunto e consequentemente os CIOs serão pressionados para tomar medidas efetivas para reduzir este gasto. Alguns países estão começando a estudar legislações que visem incentivar e em alguns casos mesmo a obrigar os data centers a serem mais eficientes em consumo de energia.

O que pode ser feito? Bem, o primeiro passo é aproveitar melhor os servidores já instalados. De maneira geral com o paradigma do modelo distribuído, que muitas vezes chegou ao excesso de termos uma aplicação por servidor, o uso médio de uma máquina destas situa-se apenas em torno dos 5% a 15%! O IDC estima que o excesso de capacidade instalada na base mundial de servidores equivale a um valor de 140 bilhões de dólares. O IDC também calcula que globalmente, as empresas estarão gastando cerca de 29 bilhões de dólares com energia relacionada com TI e que este gasto deve aumentar a uma taxa de pelo menos 54% ao ano. Por que este valor tão alto? Basta imaginar que o IDC estima que haverá cerca de 35 milhões de servidores em 2009... E não estamos contando com o impacto da emissão de gases efeito estufa no aquecimento global.

Entre as tecnologias que vão ganhar muito impulso neste contexto citamos virtualização, consolidação de servidores e data centers, e blades. Também a discussão thin clients versus Full PCs começará a ter outro apelo. Uma máquina thin client é bem mais eficiente no consumo de energia e muitas vezes pode substituir PCs com vantagens. Multiplicando esta eficiência por 2 mil ou 5 mil máquinas tem-se aí um belo número.

acessado em 29/10/2009

TI verde: 5 dicas para tornar sua empresa sustentável

Todos profissionais precisam aprender e compreender a sustentabilidade de Ti. Alguns líderes de TI identificou cinco conjuntos de ações bastante valiosas, que podem ajudar as empresas a torná-las mais sustentáveis. Confira abaixo:

1. Crie ambientes que tornem viável para projetos com foco em sustentabilidade

Os profissionais de TI vão ter que pensar em como suas decisões causam impacto no projeto de sustentabilidade e, conseqüentemente, na forma em que as instalações da empresa afetam a infra-estruturar tecnológica.

“O impacto é grande nos tipos de dispostivios usados, no local onde as pessoas serão alocadas, assim como nos espaços de trabalho que são desenhados, entre outras questões”, explica Gammon. O departamento de tecnologia também precisa entender melhor a infra-estrutura complexas usadas para a manutenção de prédios inteligentes.

De acordo com Nesler, os técnicos de TI devem entender as métricas e os sistemas de monitoramento que estão por trás dos edifícios sustentáveis e entender, com clareza, que eles possuem requisitos diferentes de outros sistemas relacionados aos computadores. “Você não pode resetar um ar condicionado da mesma forma que faz com um servidor", diz. "Há questões de segurança e de saúde ligadas ao uso do equipamento. Se o profissional olhar somente para o console de sistema, pode levar em consideração todas essas variáveis".

2. Mantenha regras que controlem as emissões de carbono

A TI passar a ter, também, a responsabilidade de cortar as emissões de carbono da empresa, mesmo aquelas que precisam manter uma rede de logística vasta. Assim, alguém da área de tecnologia deve entender de carbono e saber mensurá-lo nos produtos e processos por toda a companhia, diz Adrian Bowles, da Datamonitor. Assim, a área de TI terá de colaborar com outras unidades de negócios para calcular, capturar e reportar todas as atividades de compra e saídas feitas por diversos departamentos. Ou seja, dentro do próprio departamento de tecnologia, por exemplo, pode-se avaliar quanto o desenvolvimento de uma aplicação vai emitir de carbono com a energia gasta com hardware em testes. Todas as unidades possuem suas próprias questões do gênero. “Assim, o profissional de TI precisará entender a economia e as implicações do gerenciamento de carbono: o que é monitorado hoje, o que deveria ser monitorado e quais serão as demandas do futuro que também precisarão ser observadas", explica Bowles. "Não dá para gerenciar o que não se consegue medir".

3. Procure se adequar às regulamentações ligadas ao meio-ambiente

Os líderes de tecnologia estão se deparando com leis e regulações que impactam tudo o que a TI produz, compra, descarta e emite de carbono. No Brasil, as iniciativas existem, mas ainda são incipientes. A regulamentação que existe no mundo é um excelente parâmetro, sobretudo pelo seu rigor, embora sejam realistas quando à possibilidade de se adotar uma postura mais verde e sustentável, sem impacto nos negócios.

4. Adote políticas de gerenciamento de energia

Os profissionais da área de TI devem desenvolver um melhor entendimento sobre a necessidade de energia de toda a organização e como as pessoas se relacionam com os dispositivos elétricos, diz o diretor de marketing e ecotecnologia da Intel, John Skinner.

Os empresários reconhecem que a maior parte das companhias já possui pessoal específico para cuidar da conta de energia, mas acredita que os profissionais de TI é que deverão se envolver com a área e em tecnologias que começam a despontar, como a virtualização. Além de desenvolver sistemas de monitoramento, criar data centers eficientes, pensar na tendência das redes inteligentes de energia elétrica e em seus requisitos, os profissionais também devem lidar com uma situação em que a alimentação não é suficiente para atender às necessidades da empresa em determinados locais. “A menor disponibilidade de energia também é algo que exigirá grandes esforços dos profissionais", afirma o analista sênior da Datamonitor, Vuk Trifkovic.

5. Reconstrua as habilidades já existentes

Análises de negócios: as empresas terão de incluir em suas soluções de análises de negócios módulos que direcionem projetos verdes. Para fazer isso, elas terão de determinar o que deve ser analisado e como apresentar os resultados e informações.
Gerenciamento de mudanças: mudar significa deixar o que já está definido para ações como, desligar monitores ao deixar o posto de trabalho, abandonar o scanner que fica sob a mesa, entre outras questões. É necessário entender como influenciar as pessoas para comprar a idéia da sustentabilidade.

Telecomunicações: os departamentos de TI imploram por especialistas na área, segundo Bammons. As iniciativas verdes também devem incluir redução de viagens, o que se traduz na necessidade de soluções avançadas de comunicações. A implantação de infra-estrutura para possibilitar o trabalho remoto também conta muitos pontos.

Gerenciamento de ativos: as empresas começaram a analisar produtos com critérios verdes. Com isso, os líderes de TI precisam considerar novos fatores ao calcular o custo total de propriedade de seus ativos. Eles terão de considerar a quantidade de gases tóxicos que o ativo produz, além da eletricidade que consomem e o custo para realizar um descarte ecologicamente correto no final do ciclo de vida.

Desenvolvido por Computerworld/EUA
05 de outubro de 2009 - 07h00
http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/10/04/ti-verde-5-dicas-para-manter-sua-empresa-sustentavel/

Sustentabilidade em TI: indo além da “TI Verde”

O conceito de sustentabilidade (ou desenvolvimento sustentável) surgiu em 1987, a partir de uma manifestação crítica da ONU sobre o rumo predatório do modelo de desenvolvimento econômico, principalmente nos países desenvolvidos. Assim, entende-se por desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.

Atualmente este conceito vem sendo fortemente associado à preservação do meio ambiente, que por si só não traduz sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável se dá em três aspectos: econômico, social e ambiental, crescendo à medida que a interseção destes aumenta.

Em outro eixo, temos a área de TI – Tecnologia da Informação. A TI hoje impulsiona e suporta o desenvolvimento mundial, provendo informação e conhecimento para o crescimento das organizações. Influenciado por isto, existe uma demanda constante de mão-de-obra, onde sobram ofertas de emprego e faltam profissionais com qualificação ou capacidade de “aprendizado digital”. Esta aceleração é alimentada pela alta competitividade das empresas de ponta e seus investimentos em inovação.

Comumente, todo este processo consome recursos naturais, estrangula a capacidade intelectual dos profissionais e gera grande volume de recursos obsoletos.

Em TI, a sustentabilidade deveria estar na pauta diária dos CIO’s. Ainda há uma maioria significativa que possui entendimento simplista do tema, associando-o a um requisito de redução de energia e de impactos ambientais (com descarte de itens eletrônicos nocivos ao meio ambiente) – a chamada TI Verde.

No próprio aspecto ambiental, são avaliados meios para o descarte adequado, reduzindo a contaminação pela decomposição de metais (principalmente chumbo e cobre). Também buscam a substituição de periféricos por outros de mesmo potencial, mas com menor consumo de energia e menor emissão de gases poluentes.

Uma solução mais completa e eficiente deveria levar em consideração o uso de soluções como Cloud Computing, Thin Client, Leasing Back, SaaS e Outsourcing (de pessoas e/ou processos), resultando em menos hardware próprio, menos processamento e menos consumo de energia – sem perda de qualidade ou capacidade no atendimento dos níveis de serviço estabelecidos. Estas ações trazem resultados diretos no aspecto econômico. Além dos ganhos com a redução do consumo de energia, isto também promove ganhos consideráveis sobre o TCO – Total Cost of Ownership. O TCO é um cálculo que contempla todos os custos envolvidos ao longo do ciclo de vida de uma solução de TI, incluindo: custos do hardware e das licenças de software, amortização, manutenção, upgrades, suporte técnico, tempo ocioso por falhas (downtime), segurança (vírus, denial of service, back-up, restaurações, etc.), treinamento, administração, tempo de operação. Estes ganhos se traduzem em ecoeficiência.

Cada vez mais, percebe-se a importância das pessoas nas empresas, principalmente em TI onde pesa o capital intelectual. Sob o equilíbrio da sustentabilidade, o aspecto social não tem recebido igual atenção – salvo quando diretamente ligado à questão econômica, alimentando os princípios do modelo criticado pela ONU. Um exemplo disto é o outsourcing “não-estruturado”, conhecido como body shopping, onde os profissionais são contratados e são “largados” junto aos clientes, órfãos dos propósitos e princípios da sua contratante e com a responsabilidade de uma atuação individualista sob a ótica da organização. Em alguns casos nem mesmo as leis trabalhistas são respeitadas.

Mais do que capacitar ou incluir no meio digital, a responsabilidade social em TI está ligada a um propósito mais humanístico, capaz de promover o indivíduo em seu desenvolvimento físico, mental, emocional e espiritual, respeitando suas relações e as condições culturais e políticas envolvidas.

Se o conceito de sustentabilidade é um caminho racional também para a área de TI, a pergunta que fica é: por que ainda não está sendo amplamente aplicado? Não há uma resposta exata, mas pode-se elencar algumas possíveis:
• Resistência a mudanças;
• Falta de planejamento (estratégico) para TI e visão sistêmica;
• Prioridade na solução dos problemas e não nas causas;
• Ausência de uma cultura voltada para a excelência;
• Adequação superficial às inovações.

Não faltam motivos para explicar a atual “insustentabilidade” da TI por parte de inúmeras organizações, o que não justifica ser conivente com isto. É necessário ter sabedoria para usufruir dos mecanismos existentes e coragem para agir, com liderança, constância de propósitos e senso de urgência.

A sustentabilidade em TI representa a capacidade da empresa em gerir seus ativos tecnológicos de forma eficiente, mantendo o equilíbrio com a sociedade e o meio ambiente e isto está muito além de frases prontas e ganhos publicitários: está diretamente ligado à relevância da TI (a tecnologia e a informação) à visão de futuro das organizações envolvidas.

Um novo e seleto grupo de empresas se forma: são empresas que planejam seus objetivos além dos aspectos econômico-financeiros, tendo o desenvolvimento sustentável como alicerce. Elas exprimem o real sentido de sua existência e empregam energia para disseminar estas diretivas por todas as áreas da corporação.



Alex Prado
Formado em Engenharia de Software, pós-graduado em Gestão e TI e MBA em Gestão Empresarial pela FGV.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/sustentabilidade_em_ti/26614/